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Crimes dos EUA

Vinte anos da invasão criminosa do imperialismo no Iraque

Em março de 2023, se completam vinte anos da invasão do imperialismo, que teve início com uma das maiores mentiras do século e devastou um dos países mais desenvolvidos da região

Neste mês de março, completam-se 20 anos da guerra do Iraque. Um dos maiores crimes cometidos pelo imperialismo na história recente. Em 2003, o imperialismo norte-americano, após já ter invadido o Afeganistão e estar fazendo uma gigantesca campanha de propaganda contra os países do Oriente Médio, invadiu o Iraque, país governado por Saddam Hussein na época. 

A justificativa usada a princípio pelos norte-americanos havia sido o atentado contra as Torres Gêmeas em 2001. No entanto, a justificativa não fazia sentido porque o governo iraquiano não tinha nenhuma relação com o grupo Al Qaeda, que já havia admitido a autoria do atentado. Além disso, os norte-americanos já estariam dando resposta a esse ataque com sua invasão ao Afeganistão.

Diante dessa situação, os norte-americanos contaram o que foi considerado por alguns estudiosos como “a mentira do século”. Durante um pronunciamento à ONU no dia 5 de fevereiro de 2003, Colin Powell, o então Secretário de Estado dos Estados Unidos (governado à época pelo republicano George W. Bush), apresentou um tubo de ensaio com um pó branco, afirmando que aquilo seria antraz e uma prova “convincente” de que havia o Iraque preparava armas biológicas e de destruição em massa para atacar os Estados Unidos. 

A afirmação, no entanto, se provou totalmente falsa. É uma lembrança interessante em tempos em que o imperialismo acusa todos de contarem fake news. Há vinte anos, o governo norte-americano estava disposto a fabricar provas para justificar uma invasão ilegal e injustificável.

A guinada anti-democrática do governo Bush já havia começado com a chamada “Lei Patriótica”, que retirava todos os direitos de quaisquer pessoas acusadas pelo governo de “terrorismo”, ainda que as acusações fossem totalmente infundadas e sem provas. Sob essa lei, muitos foram presos, torturados e assassinados pelo governo norte-americano. Os autores destes crimes seguem intactos até hoje. O objetivo declarado dessa operação era prender o autor dos ataques contra as Torres Gêmeas, Osama Bin Laden.

No entanto, essa operação fracassou e o imperialismo precisava se manter na ofensiva contra os países atrasados. Em março de 2003, apesar de protestos ao redor do mundo e até da população dos próprios Estados Unidos, o governo norte-americano invadiu o Iraque com aliados (Reino Unido, Polônia, Austrália, Espanha e Portugal). A guerra era tão impopular que outros antigos aliados dos norte-americanos, como os franceses e os italianos criticaram a invasão e não mandaram tropas em um primeiro momento.

Durante 42 dias, os Estados Unidos bombardearam o Iraque livremente, causando uma primeira etapa de devastação profunda. Partiram, posteriormente, para a invasão com botas no chão, que foi mal sucedida e obrigaram os norte-americanos a manobrar. A operação deixou cerca de 1 milhão de pessoas mortas. Com os bombardeios eram feitos sobre a população civil, foram destruídos hospitais, residências, escolas e outras instalações. 

Também é notável a forma como se deu a captura e execução de Saddam Hussein. O líder iraquiano foi capturado em 13 de dezembro de 2003, em ad-Dawr, perto de sua cidade natal Ticrite, e foi preso em Camp Cropper. Em 5 de novembro de 2006, foi condenado à morte por enforcamento por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Especial Iraquiano, em um julgamento farsesco. Em 30 de dezembro de 2006, foi levado ao cárcere para ser executado por enforcamento, algo verdadeiramente bárbaro.

Após oito anos de resistência dos iraquianos, os Estados Unidos deixaram o país, numa importante vitória do povo iraquiano contra o imperialismo. No entanto, o país foi deixado em ruínas pela força destrutiva do imperialismo. O número de mortos diretamente pelos conflitos chega a 650 mil, mas as mortes indiretas, que incluem aqueles que morreram pelas mazelas da miséria deixada pelos norte-americanos, chega a 1 milhão de pessoas. 

Ademais, é importante ressaltar a destruição econômica promovida pela política neoliberal aplicada pelos norte-americanos e seus capachos ao ocuparem o país. Antes da guerra, o Iraque era um dos países mais industrializados e desenvolvidos da região. O regime de Saddam Hussein havia criado uma série de benefícios sociais para os iraquianos, que possuíam um sistema de educação e saúde eficiente. Havia centenas de estatais no país. 

Tudo isso foi posto abaixo pelo neoliberalismo. As empresas foram todas privatizadas e, aquelas que não encontraram compradores, foram simplesmente destruídas economicamente. Os serviços públicos do país foram desmontados, não havia coleta de lixo e nem manutenção básica das instalações e ruas do país, uma verdadeira catástrofe. 

Lembrar da invasão do Iraque é também lembrar do quão destrutivo o imperialismo pode se tornar para defender seus interesses. Em um período em que alguns setores defendem que entramos na época do mundo multipolar, é importante lembrar que os EUA são a maior potência militar do planeta e o imperialismo não será derrotado sem uma gigantesca luta revolucionária liderada pela classe operária mundial organizada. 

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