“Vimos na convocação da conferência que há uma tendencia à mobilização”, disse Rui Pimenta, em sua fala na Conferência Estadual de São Paulo. “A mobilização ainda é pequena e precisa ser desenvolvida, mas existe. Do ponto de vista que pretendemos, a conferência vai ser sucesso”.
Rui ainda destacou que já há mais de 2 mil pessoas confirmadas. Neste momento, o maior entrave são os recursos. Os sem terra do interior do estado, os índios do Mato Grosso do Sul, os sem teto do Amapá e tantos outros companheiros não têm dinheiro: “é preciso recolher para trazer o pessoal”.
Mesmo com as dificuldades colocadas, Rui Pimenta destacou “a importância daquilo que estamos conseguindo fazer”. No mesmo sentido, o Presidente Nacional do PCO destacou que “não é porque não conseguimos fazer tudo que isso não tem importância. O que conseguimos tem importância e vai servir para o nosso objetivo. Essa conferência estadual já tem um efeito, pois não estamos fazendo discurso, estamos agindo, e essa ação nossa tem um impacto num conjunto muito maior de pessoas”.
Além de Rui Costa Pimenta, Antonio Carlos Silva, dirigente nacional do PCO, afirmou: “Que a conferência seja um empurrão, um pontapé para a mobilização”, durante sua fala no Congresso Estadual de São Paulo. Antonio Carlos ainda destacou que um dos objetivos da conferência seria pressionar as direções da esquerda nacional para que convoquem um congresso do povo.
As declarações foram dadas durante o evento em São Paulo, que contou com a participação de dezenas de ativistas. A Conferência Nacional dos Comitês de Luta ocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de junho também em São Paulo, na quadra dos bancários, e contará com a presença de dirigentes do PCO, CUT, PT, MST, FLN e de milhares de ativistas e militantes políticos.
As colocações dos dirigentes do PCO sobre a Conferência oferecem toda uma perspectiva de luta para o conjunto da esquerda. Diante da pressão crescente da direita golpista e pró-imperialista, há ainda uma grande paralisia nas grandes organizações do movimento popular, ocasionada pela confusão de suas direções. Parte de seus dirigentes repetem as mesmas ilusões das vésperas do golpe de 2016, pregando que, se Lula evitar o enfrentamento, será salvo pelas instituições. Já outro setor, que concorda que a política institucional não resolverá os problemas dos trabalhadores, não sabe que tipo de iniciativa tomar para impulsionar uma mobilização.
É justamente aí que entra a importância da Conferência, que terá como objetivo desenvolver essa tendência à mobilização e possibilitar que ela cresça. Isto é, esclarecendo os setores mais ativos do movimento popular e operário, de tal modo que esses possam organizar a luta em seus municípios, locais de trabalho, universidades, assentamentos e bairros.