Nessa quinta-feira (28), Luís Roberto Barroso tomou posse como novo presidente do STF no lugar de Rosa Weber. A presidência do STF é rotativa entre os ministros.
A presidência de Barroso acontece no momento em que o STF atinge o ápice de uma política de ingerência sobre os demais poderes. Há uma sequência de casos recentes em que o Tribunal legisla à revelia do Congresso Nacional.
Além da sanha legislativa, o STF mantém sua tradição repressiva. A onda atual são as punições desproporcionais contra os bolsonaristas que participaram dos atos de 8 de janeiro. Barroso chega à presidência da Corte para manter essa política ditatorial.
E por falar em ditadura, há 10 anos no STF, Barroso é conhecido apoiador da operação Lava Jato. Segundo o jornal golpista O Estado de S. Paulo, em artigo elogioso sobre o recém-empossado presidente do Supremo, Barroso é “defensor da Lava Jato” e “já comprou várias brigas com seus pares e com o PT ao elogiar a operação”. O jornal descreve, ainda, as críticas do então deputado petista, Wadih Damous, sobre a posição de Barroso que votou contra o registro da candidatura de Lula nas eleições de 2018.
Fica claro que Barroso é um golpista tradicional e a preocupação com os direitos democráticos passa muito longe dele, mostrando que não era nada mais do que discurso o que falou, em julho deste ano, como convidado da abertura do Congresso da UNE dizendo que “derrotamos o fascismo”.
Aliás, a declaração de Barroso deveria gerar desconfiança por parte da esquerda. É uma declaração de um juiz que não tem constrangimento de admitir ser parcial e político. O que ele afirma orgulhoso ter feito contra os bolsonaristas, fez contra Lula e o PT.
Apoiar a operação Lava Jato é uma demostração de que Barroso é um ministro disposto a qualquer atrocidade, desde que sirva aos interesses da burguesia no momento.
Ainda sobre a Lava Jato, os vazamentos das conversas dos procuradores reveleram que Deltan Dallagnol tinha acesso direto a Barroso. O ministro era o preferido dos procuradores golpistas: “Fachin não eh ruim mas não eh bom como Barroso“, escrevia a procuradora de perfil Carol no grupo de Whatsapp da Lava Jato.
Segundo bem analisa matéria do último dia 16, do portal GGN, sobre as conversas entre Barroso e Dallagnol, “tratava-se de um Ministro do Supremo orientando um procurador sobre como driblar a distribuição de casos na corte, visando obter a condenação de pessoas, como estratégia para forçar acordos de leniência. É apenas um excerto das conversas captadas pela Spoofing, mas que mostra o grau de promiscuidade de Barroso, um Ministro da suprema corte, durante a operação.”
Barroso é um homem de confiança do imperialismo. A esquerda deveria ficar muito atenta a essa nova era do STF, com o senhor Lava Jato, ou melhor, Mr. Car Wash, já que estamos falando de uma operação comprovadamente orientada nos escritórios norte-americanos, na presidência.
Ficar comemorando os abusos do STF, mesmo sob o pretexto da suposta luta contra o bolsonarismo, com certeza não é a maneira mais indicada de se precaver do golpe que pode estar se aproximando.