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O STF é o fascismo

Vaias a Barroso fortalecem o fascismo?

A esquerda pequeno burguesa se tornou mais defensora da ditadura do STF que os próprios juízes, é uma subserviência total que levará a um desastre para os trabalhadores

A esquerda pequeno burguesa perdeu completamente a cabeça na defesa do STF. Consideram o tribunal, baluarte do golpe de Estado de 2016, como a pedra fundamental da “democracia” brasileira. É uma submissão completa a direita pró imperialista, o PSDB, a Rede Globo e todos os monopólios da imprensa, e ao próprio judiciário. A justificativa seria um suposto combate ao bolsonarismo, o que seria o suficiente para defender os piores bandoleiros da política nacional, tal qual o ministro fascista do STF Alexandre de Moraes. Foi o caso de Eduardo Guimarães em sua coluna no Brasil 247: “Vamos esperar matarem ministros do STF?”

O texto começa citando a participação do ministro do STF, Barroso, na abertura do Congresso da UNE. Ele foi vaiado por um setor dos estudantes que estava presente. Sobre o caso, Guimarães comenta:  “’Nós derrotamos o bolsonarismo’, disse Barroso após a vaia, com o intuito de lembrar que o Brasil só se livrou do golpe graças ao combate que os tribunais superiores travaram contra Bolsonaro. Combate, aliás, que viabilizou a vitória de Lula.” Aqui já começa a realidade alterada criada pela esquerda pequeno burguesa para lamber as togas do judiciário. Barroso foi quem retirou Lula ilegalmente da eleição em 2018, foi um dos principais responsáveis pela eleição de Bolsonaro. Ele não derrotou o bolsonarismo, pelo contrário, o colocou no poder.

Ele então segue defendendo o ministro das críticas que foram feitas após a sua fala: “Da esquerda à direita, da mídia até “especialistas”, todos atacaram fala de Barroso que, na pior das hipóteses, é mais do que verdadeira. E que, além disso, é 100% impermeável a críticas sobre um pseudo partidarismo do ministro, porque derrotar o bolsonarismo é derrotar uma horda de fanáticos nazifascistas que queria impor uma ditadura militar ao Brasil.” Ele precisaria explicar o porquê do “pseudo partidarismo” de Barroso. O ministro do TSE afirmou que ajudou a derrotar um candidato ao pleito presidencial, isso é na realidade um crime. Um abuso de poder do judiciário que deveria apenas regular as eleições.

Barroso é um criminoso 100% permeável a críticas. A sua fala sobre 2022 é apenas demagogia, dado que o TSE deixou os crimes eleitorais correrem soltos a favor de Bolsonaro no segundo turno. Mas muito pior que isso foi o que fez em 2018. Quando Lula era o principal candidato, em quase todas as pesquisas, com 50% dos votos válidos, foi Barroso quem presidiu a seção que tornou o atual presidente inelegível. Isso enquanto centenas de outros candidatos concorriam sob situação semelhantes a de Lula. Barroso, portanto é responsável por toda a destruição realizada no Brasil desde o governo Temer, que ele apoiou, até o governo Bolsonaro, que ele elegeu.

O autor segue afirmando que foi o repudio dos estudantes ao ministro golpista que deu munição para os bolsonaristas: “Contudo, a vaia e o que ela desencadeou encorajou deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro a pedirem o impeachment do magistrado. Foi um verdadeiro presente para a mesma extrema-direita que quase acabou com a UNE e a Educação no país, nomeando uma horda de ministros da área em míseros 4 anos.” Guimarães considera não que Barroso deu munição aos bolsonaristas ao se posicionar politicamente, mas que os estudantes deram munição ao bolsonarismo por repudiarem o golpista. É um argumento duplamente reacionário, pois ataca os estudantes e defende o ministro do STF.

Ele continua na mesma linha: “O que o Brasil ganhou com aquela vaia? Se estivermos falando da metade do país que apoia a democracia, não ganhou nada e ainda perdeu ao dar ao bolsonarismo o que precisava para se vitimizar. E, de quebra, ainda abalou mais a imagem do mesmo STF que é, “apenas”, o que nos separa das trevas.” Aqui existe uma sequência de erros políticos grotesca. Primeiro que metade do país apoia a “democracia”, porque a outra metade apoiaria o bolsonarismo. A verdade é que metade do país votou em Lula, não da “democracia”, leia-se STF. Segundo não foi a fala de Barroso que deu munição, mas a vaia. E terceiro, e pior de todos, o STF é quem “nos separa das trevas”.

Aqui é expresso como todas as letras o maior erro da esquerda pequeno burguesa que apoia o presidente Lula. O STF seria o baluarte da democracia, não um órgão ditatorial que deve ser dissolvido por uma reforma no judiciário. Esse setor da esquerda esqueceu de tudo que o STF fez ao longo dos últimos 7 anos. E inventou que o STF foi um aliado da esquerda, pois ele estava, em uma disputa da direita tradicional com o bolsonarismo, apoiando a direita tradicional. É uma incompreensão generalizada sobre o papel desse tribunal. O STF ao longo dos últimos anos acumulou tanto força que está acima do Congresso Nacional e do próprio presidente. Um poder que não foi eleito por ninguém tem tamanho poder acumulado. É uma verdadeira ditadura do judiciário.

O autor então se torna quase um cão de guarada do STF alegando que o tribunal não está sendo repressor o suficiente: “Por fim, o próprio Poder Judiciário tem sido leniente com ataques aos ministros do Supremo — inclusive, o próprio Supremo. Tem havido excesso de tolerância com crimes contra a honra e até contra o direito de ir e vir dos ministros do Tribunal.” O STF que está cometendo arbitrariedades todas as semanas, na verdade, estaria sendo “leniente” demais e teria “excesso de tolerância”. A esquerda pequeno burguesa não só apoio a ditadura do judiciário como acha que ela deveria ser ainda pior. É uma decadência completa, expressão da decadência do imperialismo a qual a pequena burguesia segue como cãezinhos de madame.

O texto então conclui: “A democracia brasileira segue na UTI. O bolsonarismo mantém suas tropas prontas para a guerra, contando com um contingente tão grande quanto sempre foi desde que junho de 2013 pôs o fascismo na rua.” Afora a análise errada sobre junho de 2013, o ideia da ameaça bolsonarista sendo a grande ameaça para a democracia é completamente falsa. O regime democrático foi atacado não a partir de 2018, com Bolsonaro, mas a partir de 2016, com a direita tradicional e o STF. A esquerda que apaga isso de sua memória está se aliando ao lobo em pele de cordeiro que na primeira oportunidade fará pior com Lula o mesmo que fez com a presidenta Dilma. 

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