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Vaga no STF

Vaga no STF e a demagogia identitária

Dessa forma, para a escolha no STF é preciso unicamente definir uma figura de confiança, a mais próxima possível de Lula, seja ela homem ou mulher

Em sua coluna no blog Brasil 247, o jornalista Florestan Fernandes Jr. se posicionou a respeito da nova vaga que irá se abrir no Supremo Tribunal Federal (STF) com a saída de Rosa Weber, que completará 75 anos em outubro e assim se aposentará de forma compulsória.
No entanto, apesar da situação crítica em que o governo Lula se encontra e apesar do fato de no passado estas mesmas escolhas para o STF terem contribuído para avançar no processo de golpe de Estado contra o PT, a preocupação central de Florestan não é com nomes, mas sim, com o sexo da pessoa que ocupará a vaga.

Com uma coluna intitulada “STF e a justiça dos homens”, Florestan afirma que “a indicação para a vaga de Rosa Weber no STF é algo muito delicado para o presidente Lula”. E por que Florestan considera importante? Pois, segundo ele, “em toda a história do STF, apenas três mulheres foram nomeadas ministras da maior Corte do país”.

O jornalista pondera que no passado “o primeiro negro a assumir uma cadeira no STF [Joaquim Barbosa], por indicação do presidente Lula, se tornou o algoz do PT” e que a própria Rosa Weber, indicada por Dilma Rousseff, votou de forma decisiva pela prisão de Lula no processo da operação Lava-jato, Cármen Lúcia, indicada por Lula, votou por sua prisão ainda na segunda instância. Contudo, mesmo levantando estes problemas, Florestan ainda prefere manter como eixo central a “luta de sexos”.

“A pergunta que todos se fazem é: quem será o escolhido, um homem ou uma mulher?” questiona Florestan para uma pergunta que apenas ele e a imprensa burguesa possuem.

Para justificar seu ponto, o jornalista coloca que há “uma estrutura machista, ancestral e persistente nas relações de poder, que impede a maioria dessas mulheres de serem sequer conhecidas pelo presidente e, portanto, consideradas para o cargo”. Contudo, se esquece de alguns problemas fundamentais que estão acima de qualquer sexo, raça ou religião.

O primeiro problema central que envolve a escolha para o Supremo Tribunal Federal é considerar que a própria instituição, o STF, é por si só algo antidemocrático no País. Como um órgão de juízes não eleitos que se colocam acima do Congresso e do próprio poder Executivo, o STF tornou-se um dos pilares fundamentais para o golpe de Estado, a consolidação do regime golpista, a fraude eleitoral que impediu Lula de concorrer em 2018 e, agora, lidera as políticas antidemocráticas contra todos os que se opõem ao seu poder. A medida democrática seria lutar contra a existência de uma suprema corte. No entanto, independente deste problema que não faz parte da política do governo Lula, é necessário na escolha de um novo elemento para o STF ter como base unicamente o problema político.

A campanha identitária que permeia a esquerda pequeno-burguesa tornou a discussão de sexo, cor de pele, etc. o eixo central das decisões. No entanto, como o exemplo de Rosa Weber e Joaquim Barbosa demonstraram no passado, não é escolhendo um negro ou uma mulher que haverá qualquer avanço social. Pelo contrário, esses setores acobertados pela política identitária são usados na prática para o que há de pior na política burguesa. Barbosa, Cármen Lúcia e Weber foram fundamentais para a perseguição política ao PT, para a prisão de Lula e para o golpe de Estado. O fato de serem negros ou mulheres de nada mudou, a não ser para pior.

Dessa forma, para a escolha no STF é preciso unicamente definir uma figura de confiança, a mais próxima possível de Lula, seja ela homem ou mulher. É preciso que o governo tenha interferência neste órgão antidemocrático e tenha a possibilidade de impedir que ele esteja totalmente nas mãos da burguesia e do imperialismo. A campanha por uma mulher é a campanha da imprensa burguesa para colocar mais uma golpista no cargo, o que será responsável mais uma vez para atacar governos de esquerda e os interesses da população.

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