Além da tradição, da cultura popular, da festa, manifestação espontânea do povo, do samba, da marcha-rancho e da marchinha, o carnaval é subversão.
Carnaval remonta, na história, ao momento em que tudo é permito. É a festa da carne. A Igreja, que dominou tudo por séculos, permitiu no carnaval que seu rebanho saísse das normas celestiais. O Estado permitia que se fizesse algazarra.
Os entrudos, que eram os precursores do carnaval no Brasil, eram o momento em que o povo se misturava nas ruas para caçoar do outro, jogar lama, água, fazer troça.
Portanto, deixemos de lado a censura. Façamos troça dos cagadores de regras. Se nem a poderosa Igreja Católica conseguia controlar seus súditos no carnaval, não serão meia dúzia de identitários.
Vamos para o carnaval vestindo a fantasia que quisermos. Vamos dar uma banana para os miquinhos adestrados dos gringos que querem acabar com a festa do povo.
Vistam-se de índio, de mulher, de homem, de negro, de branco, de chinês, de japonês, de indiano, de nega-maluca, de cachorro, de cato, de veado, de bicha, de velha e de velho, de enfermeira, de enfermeira sensual, de médico, de puta, de palhaço, de político, de planta, de macaco, de flor, de super-herói, de cigano, de fantasma do comunismo, de gordo e de magro, de macumbeiro, de crente evangélico, de padre, de freira, de motorista, de operário, de carteiro, de professora, de cangaceiro…
Aqui é carnaval! Aqui é Brasil!