Josep Borrell, Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, anunciou esta segunda-feira, 20 de março, no Twitter a decisão do Conselho de Relações Exteriores da União Europeia.
Ele especificou que o plano será implementado em três direções.
Primeiro, um bilhão de euros serão alocados do Fundo Europeu de Paz para compensar o abastecimento dos estados membros. Em segundo lugar, o mesmo valor será direcionado para a compra conjunta de munições. E, em terceiro lugar, os estados da UE farão pedidos para aumentar a capacidade de produção das plantas de defesa.
Segundo o FT (Financial Times), todos os países da UE, exceto a Dinamarca e Noruega, aderiram ao projeto, que prevê a compra conjunta de munições. “Acho que vai acontecer rápido, muito rápido. Acho que é uma questão de dias, semanas, não meses”, acrescentou a fonte do FT.
Na direção oposta, em 2022, junho (27), o G7 divulgou que até 2030 se comprometeria a dar até US$ 5 bilhões para melhorar a segurança alimentar global, donde quase a metade seria fornecido pelo imperialismo americano até o dia da próxima cimeira (são conferências sobre os temas mais importantes que se estendem por meses, fevereiro a de dezembro, segundo o calendário do portal Concilium Europa, a do G7 de 2023 será em junho (19 a 21).
O valor seria destinado a esforços de combate à fome em 47 países e ao financiamento de ONGS regionais. US$ 2 bilhões iriam para intervenções humanitárias diretas, ONGS, e somente US$ 760 milhões destinados à “assistência alimentar” para “aumentar a resiliência e a produtividade dos sistemas alimentares em todo o mundo”.
O valor de 760 milhões para mais de 40 países sempre são distribuídos de maneira desigual e são ínfimos se comparados ao que é investido diretamente na guerra que aumenta, por anos, a incidência da fome que já era grande. o valor mais alto, 2 bilhões, direcionados às ONGs são quase que uma garantia de que os poucos milhões para a ação direta sobre a fome serão investidos de maneira irregular.
As ONGs atacam politicamente estes países, são uma fonte de influência imperialista na esquerda pequeno-burguesa e na burguesia, locais, que recebem dinheiro para não criticarem a política destrutiva do imperialismo americano; é como um “cala boca”, o que dá uma falsa impressão de que algo está sendo feito com os poucos milhões para a ação direta, conforme este Diário já divulgou diversas vezes.
Os políticos, empresários e pessoas controladas pela burguesia local que participam dessas ONGs são repetidores do discurso homogeneizado a favor do imperialismo americano e mantém a hipocrisia do mesmo atacando, na imprensa local, aos que apoiam a Rússia contra o imperialismo americano; eles dizem que querem a paz e o fim da guerra e culpam a Rússia, porém estão participando dos atos do financiamento à guerra feita pelo imperialismo dando bilhões para armas, portanto, multiplicando várias vezes a garantia da incidência da fome prolongada para os próximos anos, nestes países atrasados.
Estrondosamente aparece, fica evidente, que o enfraquecimento e a fragilidade da Ucrânia e seus apoiadores que mesmo investindo bilhões e possuindo tecnologias diversas não conseguem derrotar a Rússia. A intervenção da Rússia, um país com economia capitalista atrasada, pois são dependentes de commodities e não de indústrias de tecnologia de ponta, contra as agressividades da OTAN que usa a Ucrânia como escudo para destruir a economia da Rússia, mostra a fraqueza de toda essa logística de investimentos; além de colocar dúvidas sobre a real potência militar que o imperialismo mostra ser.
O portal Reuters noticiou em 2022, junho (28), que algumas nações capitalistas atrasadas, vítimas do colonialismo imperialista, veem as reclamações do imperialismo sobre a intervenção russa na Ucrânia como interesseiras e estão mais preocupadas com o impacto do aumento dos preços dos alimentos em suas populações. Na verdade é uma verdadeira perpetuação da hipocrisia imperialista que mantém esses países atrasados politicamente e afeta drasticamente as suas economias.
Relatório da ONU divulgado pela UNICEF, em julho de 2021, diz que embora o impacto da pandemia ainda não tenha sido totalmente mapeado, um relatório de várias agências estima que cerca de um décimo da população global – até 811 milhões de pessoas – enfrentaram a fome no ano passado. O número sugere que será necessário um tremendo esforço para o mundo honrar sua promessa de acabar com a fome até 2030.
Apenas observando o caso do Brasil, os esforços feitos pelo governo petista a partir de 2002 para diminuir a fome no país foram jogados por terra nos anos seguintes, onde foi farta a intervenção de ONGs imperialistas no país que atacaram a política nacionalista petista, fazendo com que o Brasil voltasse ao mapa da fome. O investimento imperialista no Brasil só serviu para aumentar a fome. Se observarmos a África, onde a estimativa é para mais de 35 milhões passando fome esse ano, o fedor da atuação e investimento imperialista na guerra sobe até o céu.