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Novamente André Lajst

Uma resposta à defesa de um regime de terror

André Lajst, um sionista de carteirinha, que já processou companheiros do PCO, ataca novamente

Nesse sábado (7), o Hamas e o povo palestino efetuaram uma ação de retomada do território contra as forças israelenses, provocando, pela primeira vez na história, perdas territoriais para Israel, sendo esse um marco histórico que superou a resistência da OLP contra as forças de ocupação de Israel. Sobre este assunto, o sionista André Lajst, que já processou este o Partido da Causa Operária por acusar o estado de Israel de fascista, publicou um vídeo de cinco minutos repleto de falsas alegações e defendendo os ataques israelenses, os quais consideramos terrorista.

Em sua publicação, André inicia afirmando que “o Hamas efetuou um ataque deliberado intencional contra a soberania de Israel”, chamando a atenção, de cara, para o destaque dado na palavra intencional. Ora, se é um ataque, é intencional. Mísseis foram disparados de Gaza contra o território ocupado de Israel, evidentemente, de maneira intencional. Assim como os ataques israelenses contra a população civil palestina. Assim, como o genocídio cometido contra toda uma etnia e seu aprisionamento em guetos, quando não a sua eliminação física completa em chacinas de dar inveja nas polícias brasileiras. Continuando, ele traz alguns pontos e questionamentos, nos quais este artigo elencará e responderá, um a um, de acordo com a relevância de suas alegações.

“Mais de 2.500 mísseis foram lançados contra o centro e o sul de Israel. Centenas de milhares de pessoas no sul de Israel estão dentro de bunkers, com medo dos terroristas do Hamas que estão dentro de Israel e podem matar civis.”

Em primeiro lugar, sua entonação dramática aparece quando fala sobre os “mais de 2.500 mísseis” lançados contra Israel, o que surpreende, pois, para o povo palestino, mísseis caindo em seu território são contabilizados por dezenas de milhares a cada dia. O cinismo surge ainda maior, no entanto, quando ele expressa seu profundo descontentamento com “centenas de milhares” de pessoas nos bunkers. Em primeiro lugar, pois é um número não necessariamente fictício, mas artificial, pois veio diretamente do instituto de pesquisa das sinapses realizadas na cabeça do próprio André Lajst. Em segundo lugar, pois a realidade do conflito se dá de forma muito, mas muito pior e muito mais drástica do que “pessoas estão em bunkers”. Geralmente, os palestinos não estão em bunkers, pois os locais subterrâneos em que os israelenses os depositam não são nada mais do que suas covas. Se o povo palestino ficasse em bunkers neste conflito, seria uma vitória de todo o povo árabe, que não teria tido sua parcela presente no conflito dizimada pelas forças de ocupação israelenses.

“Israel está agora já chamando forças reservistas para uma eventual entrada por terra à Faixa de Gaza. A força aérea israelense já está atacando dezenas de alvos do Hamas na região e a gente vê mais do mesmo.”

Há, no consenso da norma culta, uma decisão por não repetir palavras de forma consecutiva, mas aqui está a necessidade de reiterar sempre que for possível a seguinte palavra: cinismo. O cinismo do sionista retorna quando emprega a palavra “eventual” antes de “entrada por terra à Faixa de Gaza”, pois, no fundo, ele sabe que é isso que os sionistas de Israel farão: entrarão por terra, dizimarão o que estiver no caminho e imporão um duro regime de apartheid aos palestinos no território de seu controle. Não podemos esquecer, no entanto, que acontece, em partes, de forma semelhante à famosa tática blitzkrieg dos alemães nazistas. O ataque nunca acontecerá apenas por terra. Como diz o prezado sionista, “a força aérea israelense já está atacando dezenas de alvos do Hamas” e a gente vê  “mais do mesmo”. De fato, mais do mesmo. Mais um crime cometido pelos terroristas israelenses e apoiado pelo sr. André Lajst. No entanto, é agora que começa a parte mais interessante, onde o sr. André Lajst elenca questionamentos para aqueles que, segundo ele, “se solidarizam com o povo palestino”.

“Que futuro vocês acham que o Hamas está dando para essas pessoas da Faixa de Gaza?”

Um futuro que se possa ter sonhos e perspectiva, onde a ideia de ter filhos e vê-los crescer seja não apenas um sonho, mas uma realidade, como o senhor pode ter e como nós, brasileiros, podemos, apesar das dificuldades enfrentadas. Que futuro Israel está dando para os palestinos, tratando-os pior do que lixo e ceifando não apenas seus sonhos, mas suas vidas?

“Que futuro vocês acham que os palestinos que nasceram hoje e ontem terão daqui a vinte anos com a continuidade dessa guerra conceitual contra a existência de Israel e esse tipo de ataque contra civis israelenses?”

Cinismo. Para ficar realmente claro, destacamos uma vez mais: cinismo. Se é para falar de futuro, vamos refletir sobre o futuro que terão “os palestinos que nasceram hoje e ontem” sob ataque constante de Israel. Existe o cenário em que eles não tenham futuro, pois serão atingidos por mísseis e balas, mas também há o cenário em que não haja presente, pois sequer nasceram, ao terem tido suas mães assassinadas pelo estado de Israel. No entanto, algumas pessoas possuem sorte e conseguem não só nascer, mas atravessar a infância, e que futuro eles terão “daqui a vinte anos”, como indaga André Lajst? É impossível prever, pois, até lá, a crise de Israel poderá ter atingido o patamar insustentável, o povo árabe pode ter conseguido se insurgir por completo, o imperialismo pode já ter ruído. Não é sabido o que ocorrerá.

“Vocês acham que esse tipo de ação contra civis israelenses, jogando 2.500 mísseis em cidades, onde centenas de milhares de pessoas precisam correr para bunkers, vocês acham que isso vai aproximar os palestinos de terem um país?”

Sim. Próximo.

“Com mais vontade que vocês tenham, vocês acham sinceramente que esse tipo de ataque vai destruir Israel?”

Não. Nem é o que queremos, tampouco o que o próprio Hamas quer com este ataque. O que há aqui, no entanto, é um fenômeno visto com frequência pela imprensa burguesa no que diz respeito à Rússia, quando falam que o avanço russo não está dando certo, pois ainda não dominaram Kiev. O argumento é o mesmo, pois julga o sucesso de um acontecimento com base em um objetivo que não é real. É claro que a Rússia não dominou Kiev, pois tampouco foi tentado. É claro que este ataque não “destruirá” Israel, porque não é sequer o objetivo.

“Por mais anti-Israel que você seja ou críticos de Israel, vocês realmente acham que está sendo feita alguma coisa pela causa da Palestina com esse tipo de ação?”

Sim. Achamos. De fato está sendo feito e, no mais leve dos cenários, pelo menos um recado está sendo dado: o povo palestino e o povo árabe não se curvarão perante o domínio de caráter fascista do Estado de Israel. Por fim, sua maior aberração:

“E, mais uma vez, Israel vai ter que se defender.”

Cinismo. Canalhice. Crueldade. Israel vai ter que se defender contra população palestina? A população palestina, cansada de ser martirizada e ser separada em guetos, recebendo o mesmo tratamento que os judeus recebiam em Auschwitz, que precisa se defender do “estado” de Israel, que não só ocupou suas terras, como promove uma chacina contra seu povo e agem contra seu direito de existir. Sobre André Lajst, uma vez mais, reiteramos: cinismo.

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