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Juca Simonard

Editor da revista Na Zona do Agrião e redator do Dossiê Causa Operária

Abaixo a infiltração!

Uma imprensa lambe-botas dos medíocres treineiros portugueses

Tentaram desmoralizar o PCO, mas a história recente do futebol brasileiro mostra que a maioria dos técnicos europeus fracassou — enquanto Abel e Jesus foram exceções

Juca Simonard, do Zona do Agrião

A imprensa burguesa novamente tentou desmoralizar o Partido da Causa Operária (PCO) por conta de sua política relacionada ao futebol brasileiro. Após mais um vexame do Flamengo no comando do português Vitor Pereira, que perdeu por 4 × 1 na última partida da final do Campeonato Carioca, o partido denunciou novamente a farsa dos técnicos europeus que atuam no Brasil.

Em uma série de publicações nas redes sociais, o PCO denunciou que “a série de derrotas do Flamengo é mais uma demonstração da farsa dos técnicos estrangeiros”; que a pressão pela contratação de treinadores europeus “é uma campanha imperialista contra o futebol nacional”; que o Flamengo do brasileiro Dorival Júnior, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores de 2022, foi destruído pelo português, indicando “um poderoso esquema empresarial por trás da propaganda por técnicos estrangeiros”. E concluiu que se trata de “uma ofensiva imperialista contra o Futebol Brasileiro. É um esquema e econômico e político, com um objetivo claro: convencer o brasileiro de sua inferioridade no futebol”.

Ora, nada do que foi dito é mentira. Mesmo assim, a imprensa burguesa tratou de tentar desmoralizar as posições do partido. “PCO diz que derrota do Flamengo é ofensiva imperialista”, afirmou o Poder 360. “Partido da Causa Operária está furioso com derrota do Flamengo”, escreveu o portal Tá na Área.

Mentiras!

Primeiro, o óbvio: o PCO não ficou “furioso com derrota do Flamengo”, porque o partido, pessoa jurídica, não torce para nenhum clube especificamente. O PCO tem, sim, militantes flamenguistas, como também tem botafoguenses, são-paulinos, palmeirenses, corintianos, santistas, gremistas, colorados, etc.

Segundo, o PCO não afirmou que a derrota do Flamengo foi uma “ofensiva imperialista”, como destaca o Poder 360. Ao contrário do que ocorre na Copa do Mundo, onde as últimas derrotas da Seleção Brasileira eram, de fato, uma ofensiva imperialista, a derrota do Flamengo para o Fluminense se explica com outro raciocínio. O Flamengo não é prejudicado pela arbitragem e nem sofre uma intensa campanha contrário e venal da imprensa — na verdade, ocorre o exato oposto geralmente.

O que aconteceu é que o elenco vitorioso de 2022 foi desmontado por um treinador português, que nunca ganhou nada importante na vida. E onde se encaixa o imperialismo neste caso? Bem, a campanha da imprensa pró-imperialista é a favor da infiltração dos treineiros europeus no futebol brasileiro, mesmo sendo eles técnicos inexpressivos, ruins e derrotados. Desta forma, a manchete da CNN sobre as publicações do PCO foi mais sincera: “PCO diz que técnicos estrangeiros são ‘ofensiva imperialista’ após derrota do Flamengo”.

A derrota do Flamengo para o Fluminense foi simbolicamente a vitória do treinador brasileiro, Fernando Diniz, contra o treinador europeu. Ou, melhor dizendo, do futebol brasileiro contra o europeu. Diniz realizou uma goleada em uma final da Campeonato Carioca contra o elenco mais caro do Brasil. O Flamengo, por sua vez, foi prejudicado pela campanha de que os treinadores europeus seriam superiores.

Aliás, vale lembrar que os treinadores brasileiros, antes os principais treinadores do mundo, agora estão sendo abertamente sabotados em todo o Planeta. O que ocorreu? Os treinadores brasileiros ficaram piores? Dorival, que ressuscitou o Flamengo após o português Paulo Souza, e Diniz mostram que não. Acontece que o imperialismo quer se infiltrar ainda mais no futebol nacional.

Não bastasse espoliar o país de seus melhores jogadores e de suas principais promessas ainda na juventude, o imperialismo quer, efetivamente, acabar com o jeito brasileiro de se jogar futebol. Na Europa, por exemplo, jogadores brasileiros sofrem críticas (e até penalidades) por “driblarem demasiadamente”, são insultados, desmoralizados… mesmo sendo os principais jogadores do ‘Velho Continente’. Convém lembrar que os jogadores brasileiros são os que mais marcaram gols na principal competição europeia, a Liga dos Campeões (Champions League).

Mas onde se encaixam os técnicos europeus? Bem, o imperialismo impôs ao Brasil, o maior celeiro de craques do mundo, a condição de vaca-leiteira: para abastecer o fraco futebol europeu. Assim, com a infiltração dos europeus para comandar os times nacionais, os jogadores brasileiros se adaptarão mais rápido ao esquema burocrático que se joga na Europa. 

O esquema das Sociedades Anônimas de Futebol (SAF) serve para aprofundar este processo. Apenas para o cego e surdo não ficou claro que a privatização dos clubes é uma manobra para abastecer mais facilmente os clubes europeus. E vejam vocês: antes da demissão Vitor Pereira, eram oito treinadores portugueses em times da Série A. Destes oito, seis eram SAF ou clube-empresa, ou a caminho disso (Coritiba). Apenas duas SAFs da Série A optaram por treinadores brasileiros: Vasco e América Mineiro.

Além disso, apenas dois treinadores europeus deram certo no Brasil: Jorge Jesus no Flamengo de 2019 e o Palmeiras de Abel Ferreira — isto com os dois melhores e mais caros elencos do Brasil. Ao contrário destes, o Fluminense não está entre as cinco maiores folhas salariais e mesmo assim Diniz promove milagres. No Botafogo, 7º elenco do Brasil, o português Luis Castro pena para vencer times da Série D… A história recente do futebol brasileiro mostra que a maioria dos técnicos europeus que vieram para o país fracassou. Jesus e Abel são exceções — e, importante mencionar, exceções muito bem servidas, com elenco e estrutura muito distantes do restante dos clubes nacionais.

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