Com os últimos acontecimentos em Israel, o imperialismo colocou em marcha, nos órgãos de imprensa capitalista, uma campanha massiva contra os palestinos. Como é de se esperar, a burguesia pinta os palestinos como “terroristas” que atacam os “inofensivos” israelenses.
Até o PCO foi atacado na imprensa capitalista porque estaria defendendo o terrorismo. Em um programa da Jovem Pan, por exemplo, o partido foi chamado de “organização criminosa” por supostamente “defender” o terrorismo e porque estaria defendendo a “aniquilação de um país inteiro”, se referindo à posição do PCO pelo fim do Estado de Israel.
Um dos comentaristas do programa diz, ainda, que o PCO “dá a entender que o Hamas representa a palestina”.
A condenação do “terrorismo” do Hamas é o tom em toda a imprensa capitalista, que atua a serviço dos interesses imperialistas.
E é justamente a acusação de terrorismo que faz com que o Estado de Israel ataque de maneira tão brutal e desproporcional os palestinos.
Mas independentemente das análises sobre o conflito, vale aqui uma ponderação importante que a imprensa esconde convenientemente.
Não estamos aqui diante de um conflito entre o governo de um país e um grupo terrorista. O que está havendo do ponto de vista formal é uma guerra entre dois países: Israel e Palestina. Nesse sentido puramente formal da coisa, qualquer um tem o direito de escolher um lado do conflito, não há sequer uma legitimidade legal para acusar ninguém de estar defendendo o terrorismo.
Logicamente que a explicação é apenas formal. Na prática, o que temos é um país armado até os dentes, que tem inclusive bomba nuclear, e um país sem Forças Armadas, com um armamento muito precário.
Dizer que apoiar o Hamas é apoiar o terrorismo é algo tão ridículo quanto dizer que apoiar um dos lados do conflito na Ucrânia seria terrorismo. São dois países em guerra, independentemente da avaliação que se possa fazer dos métodos da guerra.
Tanto é assim que o Hamas é considerado um grupo terrorista apenas por alguns países, entre eles EUA e Israel. O próprio Brasil não considera o Hamas um grupo terrorista. Ou seja, a ação dos palestinos do ponto de vista da própria legalidade no Brasil não pode ser caracterizada como terrorismo.
Outro ponto ridículo é a afirmação de que o Hamas não representaria os palestinos. O grupo é um partido político constituído, com mais da metade das cadeiras no parlamento palestino.
O “terrorismo” serve para justificar o massacre que os israelenses estão cometendo contra o povo palestino.