Nesta última terça-feira, dia 31 de janeiro, foi transmitida através da Causa Operária TV a tradicional Análise Internacional, contando com João Jorge Pimenta e Eduardo Vasco como apresentadores, e Rui Costa Pimenta e o Comandante Robinson Farinazzo, do canal Arte da Guerra, como entrevistados. Eles discutiram a atuação situação da guerra da Ucrânia e a eventual possibilidade de um conflito entre Estados Unidos e China por conta das tensões de Taiwan.
Um comandante do comitê militar da OTAN, Almirante Bauer, deu entrevista na RTP, empresa de rádio e televisão de Portugal. Na entrevista, ele deu declarações de caráter bastante ameaçador, dizendo que a OTAN já está se preparando para uma guerra aberta contra a Rússia, e que isso pode acontecer caso a Rússia ataque algum país membro da OTAN. Inclusive, o Almirante recomendou que os países-membros da OTAN comecem a desviar sua produção industrial civil para fins militares. O companheiro Rui Costa Pimenta comentou que as medidas não necessariamente são uma atitude do imperialismo que levarão à guerra aberta, mas enquanto a guerra tem se mantido como uma guerra de procuração em andamento, o esforço de guerra precisa aumentar. O aumento do esforço de guerra, sim, pode levar a complicação do conflito. Nessa medida, é uma necessidade do imperialismo que ele se prepare para a possibilidade de uma eventual guerra aberta contra a Rússia, tendo em vista não haver infraestrutura para enfrentar tal conflito no momento, tendo em vista que muito recurso já foi gasto. E também, não seria interessante uma guerra aberta contra a Rússia, pela existência de armas nucleares sob posse do governo russo. Uma guerra do tipo tomaria proporções de uma verdadeira guerra mundial.
O comandante Robinson Farinazzo avaliou que a apologia de uma economia de guerra em tempos de paz, para ser compreendido, tem que partir de uma análise da guerra em fases. Como foi apontado por ele e dito por generais norte-americanos, até mesmo o envio de carros militares já não significa mais nada, não terá mais peso na guerra. Um relatório recente deixa claro como uma guerra prolongada prejudica os interesses dos Estados Unidos, e que os anúncios indicam outra coisa. Indica, na verdade, a percepção do imperialismo com relação ao verdadeiro “tigre de papel”, nas palavras do comandante, que é a máquina de guerra imperialista atualmente, e que é necessário se preparar para além de injetar cerca de 60 bilhões de dólares na Ucrânia. Outro ponto levantado pelo comandante foi a campanha de mentiras jogadas na imprensa que vão desmoralizar muitos supostos peritos em assuntos militares que compram a narrativa da derrota russa, enquanto diversas autoridades, inclusive generais renomados norte-americanos, já declaram dificuldade em ver uma saída diplomática para a Ucrânia.
Outro tópico tratado foi a duplicidade de informações presente na atual situação da guerra, tópico onde o companheiro Rui pontuou que se torna cada vez mais difícil manter a ficção de que a situação não está ruim para a Ucrânia. O comandante Farinazzo pontuou que a abordagem da imprensa com relação à Ucrânia é a mesma que ocorreu com relação ao Vietnã. A imprensa mentiu, os militares mentiram e o pentágono mentiu. Toda a máquina do imperialismo fez crer que os Estados Unidos estavam ganhando a guerra. Desde a história das falsas baixas russas até a mentira da munição escassa russa, que, na verdade é exatamente o oposto.
O companheiro Rui também pontuou que a crise da imprensa é um problema maior até do que a própria guerra, porque é muito difícil atualmente manter essa cortina de informações falsas que eles estão passando por todos os lados. Muita gente que acreditou na história no começo hoje em dia não acredita mais e, com o desenvolvimento da situação, vai mais claro que o que está acontecendo é uma crise política, dos governos e da burguesia dos países imperialistas que estão buscando impor uma versão totalmente fictícia da guerra.
Com relação a China e Tauian, um comandante do exército americano recentemente afirmou que é muito possível, na opinião dele, que haja um conflito entre China e Estados Unidos por conta de Tauian. O companheiro Rui avalia que os chineses não querem guerra, e é muito provável que coloquem em marcha uma operação política em Tauian para uma reintegração através de um molde que respeite a autonomia da ilha chinesa. Avalia também que isso provocará o imperialismo, o que pode desencader a necessidade de uma intervenção militar chinesa na ilha.