Nesse sábado (25), o presidente do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, realizou na Análise Política da Semana um completo balanço sobre a operação da Rússia na Ucrânia que está completando um ano e fez um balanço das consequências internacionais desta guerra.
Balanço histórico
No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia iniciou as operações especiais na Ucrânia, no leste do país, em uma região onde a maioria da população é russa.
Apesar do fato se tornar o tema central da política internacional na imprensa burguesa, apenas com o início das ações russas, esse conflito iniciou-se em 2014 quando o imperialismo norte-americano com apoio dos países europeus promoveu um golpe de Estado na Ucrânia.
A extrema-direita teve notável participação neste golpe e tornou-se a base do regime golpista, esse setor está ligado diretamente aos grupos nazistas que ocuparam a Ucrânia durante a 2º Guerra Mundial. Muitas lideranças desses grupos nazistas, após o fim da guerra, foram para a Alemanha e posteriormente se transferiram para os Estados Unidos que passaram a financiar grupos nazistas contra a União Soviética.
“Esse conflito não é uma coisa que surgiu do nada. Não é um raio em um céu azul. Tem uma longa história, uma longa preparação política. É importante assinalar esses fatos, porque há pessoas no Brasil que negam a existência ou a importância desses grupos nazistas na Ucrânia. Um dos principais defensores da Ucrânia no Brasil, que é o PSTU, eles negam a participação desses grupos nazistas na Ucrânia, tem grupos no Brasil, como o PSTU que negam” complementou Rui Costa Pimenta.
Após a instalação do regime golpista, a população russa começou a ser sistematicamente perseguida, e essa população se organizou em duas pequenas repúblicas na região de Donetsk, na Ucrânia oriental. Foi durante esse regime que aconteceu o famoso massacre no sindicato de Odessa. E o governo ucraniano passou a bombardear essas regiões, resultando em mais de 15 mil vitimas durante esses últimos o anos.
Intervenção russa
O governo Russo tentou por todo esse período intervir de maneira diplomática em defesa da população russa, tentou vários acordos que nunca foram cumpridos e decidiu agir diretamente militarmente quando a Ucrânia recebeu o convite para participar da OTAN.
Rui apresentou uma questão muito importante debatida na esquerda sobre qual seria o verdadeiro caráter dessa guerra:
“Segundo o lado oposto a nossa posição, a guerra da Rússia seria uma guerra do imperialismo russo contra uma população oprimida pelos Rússia. Por isso a posição correta seria ser contra a intervenção russa. Nós apontamos que isso era uma fantasia politica, não se tratava de guerra dos russos contra os ucranianos. Mas na realidade um conflito dos russos contra o imperialismo mundial.”
O companheiro também destacou outro argumento usado pela esquerda para não defender a Rússia:
“Muita gente afoita começou a falar em imperialismo russo. Mas você não pode falar que um país cuja importação gira em torno de produtos agrícolas, gás e matéria-prima é um país imperialista. Ela pode ser uma potência militar, mas não é uma potência equivalente nem da China, nem dos Estados Unidos. Mas jamais poderia ser imperialista no sentido marxista, ou seja, da dominação mundial dos grandes monopólios capitalistas; sobretudo nas finanças.” acrescenta.
“O desenvolvimento do conflito militar provou que as nossas definições foram as corretas” com essa afirmação a análise apresentada começa a considerar os acontecimentos que provam o nosso acerto.
O companheiro Rui citou a matéria publicada por um dos mais importantes jornal da França, Le Figaro que afirmam que o conflito é uma guerra por procuração do ocidente contra a Rússia. Ou seja, afirmaram o que o Partido da Causa Operária apresentou desde o início. Na realidade, é o que todo mundo considera.
As declarações dos EUA e a ações dos países europeus, indicam que assumirão uma papel direto no conflito.
“Essa questão não tem nada a ver com a Ucrânia, tem a ver conosco, nós é que estamos em perigo” trata-se de uma declaração do governo norte-americano, assim como a declaração do secretário-geral da OTAN “Se Putin ganhar na Ucrânia, a mensagem para ele e para outros líderes autoritários sera que eles podem usar a força para o que eles querem, isso tornará o mundo mais perigo e vulnerável.” Um membro do Parlamento Europeu também declarou: “Em muitos modos nos estamos apostamos tudo, pois a Europa chegou a conclusão que mostra fraqueza para o presidente Putin, não mostrar uma resposta a sua atrocidades, ele continuará indo além e além. Nos chegamos a conclusão também de que não está em jogo apenas a segurança da Ucrânia, mas está em jogo também a nossa.”
Isto significa, Rui apresentou declarações dos setores mais importantes do imperialismo que reconhecem abertamente que essa guerra é deles contra o governo russo.
“A partir do começo do ano, nós temos essa mudança que significa que o imperialismo vai se empenhar ao máximo para impor uma derrota à Rússia. Isso não é nem uma análise, mas um reconhecimento das declarações que foram feitas, todo mundo fala que é preciso derrotar a Rússia” acrescenta Rui.