Nas últimas semanas tem-se visto uma movimentação na política dos Estados Unidos em torno de Donald Trump, ex-presidente norte-americano. Trump é acusado de crimes de corrupção, além de um escândalo moral de cunho pessoal. Essa perseguição contra Trump pode fazer dele um mártir, ganhando popularidade e sendo eleito, já que, mesmo preso, poderá concorrer.
A legislação americana permite que um cidadão preso seja candidato. Não seria a primeira vez, inclusive. Eugene V. Debs, então candidato socialista, concorreu às eleições norte-americanas em 1920. O então candidato foi preso na penitenciária federal de Atlanta por se manifestar contra o recrutamento durante a Primeira Guerra Mundial.
A legislação americana, nessa medida, ainda tem traços democráticos relacionados a sua origem no liberalismo burguês, o que garante o direito democrático de uma pessoa presa concorrer nas eleições. Isso mostra como a Lei da Ficha Limpa foi um atraso democrático no Brasil, proibindo pessoas de se candidatarem mesmo diante de processos fraudulentos, como foi o caso do atual presidente Lula em 2018, preso pela Lava-Jato numa manobra da burguesia para impedi-lo de retornar ao poder.
No mundo, há outros casos de candidatos que concorreram a cargos públicos dentro da prisão. Bobby Sands foi um milante do Exército Republicano Irlandês (IRA) que concorreu dentro da cadeia a uma vaga na Câmara dos Comuns, tendo sido eleito.
No caso de Donald Trump, vemos uma clara perseguição democrata contra um potencial rival. Aliás, Trump vai bem cotado para as próximas eleições, o que põe o imperialismo em alerta.
As acusações vão de crimes de corrupção no último mandato a um escândalo sexual envolvendo uma prostituta com a qual o ex-presidente se relacionou. São acusações muito irrelevantes se compararmos crimes de guerra cometidos por Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, para nos atermos aos últimos exemplos norte-americanos.
Esse perseguição, contudo, pode gerar o efeito reverso: Trump pode angariar popularidade e ser eleito, enquanto o Partido Democrata faz demagogia política.
Esse é o cenário pré-eleitoral nos Estados Unidos. Uma forte crise política se aproxima, já que o atual governo não tem forças próprias para convencer o povo norte-americano de sua política, e Trump, que goza de certa popularidade, sofre com uma implacável perseguição. A tendência no próximo período é de muita efervescência política, o que pode garantir a Trump um apoio popular capaz de fazê-lo retornar à Casa Branca.
