Os trabalhadores das empresas terceirizadas da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) completaram, nesse dia 07, nove dias de greve por aumento salarial, no vale-alimentação, entre outras reivindicações.
Neste dia houve uma assembleia dos trabalhadores, a qual foi reafirmada a continuidade da greve, porém, houve uma contra proposta apresentada pelas direções sindicais aos trabalhadores, além do pedido de reabertura de negociações, uma vez que hoje completam-se sete dias da última negociação, onde os trabalhadores recusaram a propostas apresentada pelos patrões.
Os trabalhadores realizaram uma paralisação de 48 horas, nos dias 30 e 31 de janeiro, no entanto, a mobilização dos trabalhadores foi interrompida. Após a segunda reunião ocorrida com os patrões, os trabalhadores retomaram a mobilização e resolveram cruzar os braços novamente. Uma greve que está completando 12 dias, por conta da intransigência dos patrões, uma vez que a proposta apresentada estava fora da expectativa dos trabalhadores.
Não ao rebaixamento das reivindicações
Diante do que foi apresentado pelos patrões, o que não contemplava os anseios dos terceirizados, os representantes sindicais resolveram construir uma nova proposta, com o rebaixamento da pauta, como segue:
– Aumento na ajuda de custo para estadia (contraproposta reivindica R$ 1.000,00);
– Reembolso das passagens de vinda e o pagamento integral do deslocamento de retorno dos trabalhadores que moram fora do Estado (contraproposta reivindica R$ 500,00 de reembolso + integral de retorno)
– Vale Alimentação de R$ 700,00 (proposta da primeira mediação, já aceita pelos trabalhadores)
– Pagamento de 100% nas horas extras aos sábados;
– Aumento das horas prêmio ao término da Parada de Manutenção (contraproposta reivindica 350 horas prêmio).
O documento ainda conta com outros três pontos que envolvem os reflexos da paralisação. São eles:
– Abono dos dias parados;
– Readmissão ou pagamento integral dos trabalhadores demitidos;
– Suspensão das advertências e multas.
Os patrões, como sempre, apesar de lucrar muito às custas de seus funcionários, só sabem chorar. Diante de uma greve forte, que rejeitou a proposta das empreiteiras, os trabalhadores não devem se curvar aos choramingos e seguir para arrancar suas reivindicações e não recuar.
Não à ingerência do Judiciário
Desde o primeiro dia de paralisação, o Ministério do Trabalho e Emprego já se colocava como mediador das negociações e, na mesma sexta-feira (03), o TRT4 despachou uma medida liminar determinando o retorno ao trabalho a partir desta segunda-feira (6), com previsão de multa diária de R$ 200,00, a ser dividida entre o Sindicato e cada trabalhador que descumprir a medida.
Outros dois mandados de interdito, postulados pelas empresas Manserv e Engevale, previam a liberação do acesso em frente à Refap ainda no final de semana, como garantia de que não haveria qualquer impedimento dos trabalhadores para o trabalho.
Nessa segunda-feira (6), a liminar foi ratificada pelo colegiado da Seção de Dissídios Coletivos (SDC) do TRT4, o que reforça as multas previstas na decisão.
É preciso passar por cima dos desmandos dos patrões e, superar a questão do Judiciário que vem passando por cima do direito dos trabalhadores de fazer greve, conforme reza a própria Constituição Federal, impondo pesadas multas, tanto para as entidades sindicais, como para os próprios trabalhadores, como está ocorrendo aos terceirizados da Refap.