Camaradas!
A velha Rússia tsarista era um todo firmado pelos aros férreos da violência e do despotismo. Em meio à brutalidade da última guerra mundial, esses aros foram rebentados, bem como se fez em pedaços o antigo regime monárquico.
E muitos pensaram que os povos da velha Rússia tsarista se apartariam para sempre. Mas eis que às nossas vistas se dá um grande prodígio histórico: o Poder Soviético está os dispondo numa sólida e harmoniosa união.
As tropas soviéticas libertaram Khárkov e Kíev.(1) Mas e daí? O povo ucraniano quer afinal conduzir sua existência à parte do restante da Rússia Soviética?! Não, ele quer uma união fraternal comum mantida por laços indissolúveis
Os regimentos soviéticos libertaram Riga e Vilno.(2) Mas e daí? O povo letão, o povo lituano e o povo bielo-russo desejam afinal que uma muralha de pedra os separe de nós?! Não, eles querem uma união fraternal estreita.
E o mesmo ocorrerá amanhã à Estônia, ao Cáucaso, à Sibéria e a todos os territórios do antigo império tsarista ainda hoje desmembrados.
Isso mostra que no coração dos povos trabalhadores reside um desejo inabalável de combinar suas forças.
Onde o ferro e o sangue firmavam o império tsarista, aí também o povo, no íntimo de sua consciência, desejava uma existência fraternal e livre, sem guerras, disputas ou hostilidades de uma nação com outra. Hoje, tendo recebido a direção do Estado em suas mãos por intermédio do Poder Soviético, o povo trabalhador está edificando uma nova Rússia, soviética e federativa.
E essa Rússia Soviética estende suas mãos à nova Alemanha em surgimento, para que todos os povos transformem o mundo numa república soviética unida!