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Mamata

Treinar na Europa é fácil, quero ver no Brasileirão…

O bom trabalho de um técnico brasileiro é muito mais complexo — portanto, deve ser bem mais valorizado — do que o de um técnico europeu. Entenda

O jornalista Rica Perrone apresentou em seu canal no YouTube dados e argumentos demonstrando a farsa dos setores que apresentam os técnicos nacionais como inferiores aos técnicos estrangeiros. Conforme é do conhecimento de qualquer ser pensante, treinar na Europa é uma “mamata” se comparado com treinar no Brasil.

Para explicar isso, Perrone demonstrou as discrepâncias nas condições de trabalhado entre treinadores que estão no Brasil e os estrangeiros. Ainda, o jornalista apontou que o futebol é jogado hoje “taticamente, intensamente, com força física e coletivamente” e “o nosso futebol jamais foi baseado nisso”. A última fala é confusa para aqueles que não acompanham o futebol.

Explicando-a: não é que o futebol brasileiro não seja tático, é que os europeus montaram um esquema em que a coletividade prevalece muito mais sobre a individualidade — até porque, em sua grande maioria, os jogadores europeus são pernas-de-pau que não têm as qualidades dos craques brasileiros. Infelizmente, esse modismo europeu está se infiltrando no Brasil, prejudicando o próprio futebol brasileiro.

Rica continua: “quando o futebol vai para esse lado, ele vai na direção deles [europeus] (…) Não é que a gente está errado, nós estivemos certos durante a maior parte da existência do futebol. Só que, de repente, o futebol mudou. E quando mudou para pior, para exigência física, tática e intensa, e não de qualidade, isso vai para quem sempre teve menos qualidade, que é o treinador estrangeiro, principalmente o europeu”.

Sobre as discrepâncias estruturais que existem no futebol, Rica colocar diversos fatores. Primeiro, o treinador europeu tem que treinar garotos que não têm a quantidade de problemas que os jovens jogadores brasileiros tiveram em sua vida. Na Europa, “a maior parte foi bem criada, o pai e a mãe tinha saúde, condição, dinheiro, cresceu numa casa… Não precisa ser o Pelé para salvar cinco gerações da família dele, senão está todo mundo fodido”.

“Isso já prejudica muito o treinador brasileiro, porque o tempo que ele gasta para cuidar desses meninos, da cabeça deles, é infinitamente maior do que um treinador europeu. O treinador brasileiro vai ter que lidar com jogadores que saíram da favela sem ter o que comer, que não têm a menor educação, com uma família inteira pressionando o moleque para ele tirar a família inteira da favela”, argumentou Rica. “Então o treinador brasileiro é psicólogo, ele tem que cuidar da parte social, muitas vezes se relacionar com a família do jogador para ter o cara próximo, etc.”

Segundo, há discrepâncias que ele chama de “práticas”. São elas: os treinadores estrangeiros têm mais dias de treinamento e um período de férias mais longo em comparação aos brasileiros; na Europa, fica-se mais tempo em casa do que no Brasil, onde os jogadores passam mais tempo em concentração; no Brasil, as viagens são mais longas e extensas, com menos tempo de recuperação. Ademais, os clubes europeus são mais ricos e, portanto, tem uma série de estruturas que favorece a atuação do atleta, com campos melhores, Centros de Treinamento altamente desenvolvidos, tecnologia de ponta, entre outras estruturas.

Dessa forma, é mais fácil para a situação, é mais fácil para os treinadores estrangeiros, ainda mais nos principais clubes do continente, os mais ricos, que ainda têm dinheiro para contratar os melhores jogadores do mundo, cuja maioria é sul-americana, especialmente brasileira.

A conclusão óbvia dos apontamentos feitos por Perrone é que o bom trabalho de um técnico brasileiro é muito mais complexo — portanto, deve ser bem mais valorizado — do que o de um técnico europeu. Como disse o presidente Lula, sobre o italiano Carlo Ancelotti (do Real Madrid), treinar a Seleção Brasileira: “duro é chegar aqui, pegar o Corinthians e dirigir o Corinthians”.

Complementando, duro seria o Ancelotti fazer boas campanhas com times de folha salarial mediana como fazem Dorival Júnior (São Paulo), Fernando Diniz (Fluminense e São Paulo) e Renato Gaúcho (Grêmio). Duro é fazer o que Diniz fez com o Paulista de Jundiaí e o Votoraty. Duro é tirar o Grêmio da Série B e colocá-lo na vice-liderança do Brasileirão, na semifinal da Copa do Brasil, sendo o time da Série A que menos perdeu na temporada, como faz Renato.

Sem sombra de dúvidas, os treinadores brasileiros são melhores do que os europeus. Eles apenas precisam não se deixar impressionar pelo modismo do jogo burocrático europeu e fazer o brasileiro jogar como sempre jogou e da forma que garantiu que fosse pentacampeão do mundo.

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