No último dia 31 de maio, os trabalhadores bancários do Bradesco de todo o País realizaram protestos nas agências do Banco Bradesco contra a política de demissão em massa realizada pela direção da empresa. As manifestações foram organizadas pelos diversos sindicatos de bancários espalhados por todo o território nacional, com atividades dentro e fora das dependências bancárias. Em algumas localidades foram feitas apresentações artísticas, cuja performance era o bancário personalizado como um palhaço equilibrista, que se encontra entre a vida e a morte em cima das metas de vendas de produtos bancários, sobrecarga de trabalho e demissões em massa, trabalho esse que se tornou um verdadeiro terror para a categoria bancária.
Os números de trabalhadores demitidos no Bradesco são impressionantes (vale ressaltar que esses números são apenas do Bradesco, sendo que os demais bancos estão na mesma política de demissões). Em dois anos foram jogados no olho da rua cerca de 10 mil bancários, somente nos três primeiros meses de 2023 o banco demitiu 1.276 trabalhadores, com o fechamento de 93 agências e 174 unidades de negócios. Nos últimos dias foram 524 demissões em todo o País.
“Isso é algo inaceitável. O banco precisa cumprir efetivamente o que está previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), garantindo a requalificação e realocação desses funcionários como forma de preservar seus empregos”, protesta Magaly Fagundes coordenadora do COE e secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). (Site Contraf/CUT 31.05.2023)
Uma das consequências graves ocasionadas pelas demissões em massa, é a sobrecarga de trabalho daqueles bancários que permanecem na empresa. Com o fechamento de centenas de agências bancárias os clientes estão sendo transferidos para as demais agências, sem que haja um aumento de contingente de trabalhadores, ou seja, o bancário está sendo obrigado a executar o trabalho de três ou mais funcionários o que tem levado a um aumento substancial do número de adoecimento na categoria por motivos laborais.
É necessário destacar que a demissão em larga escala e a superexploração dos trabalhadores é uma das faces da política dos banqueiros golpistas em descarregar, sobre as costas dos trabalhadores, o ônus da crise capitalista que só vem se agravando. Esses números de demissões e fechamento de agências e dependências bancárias no Bradesco não vão parar por aí.
Não há outro caminho para a categoria bancária que não seja a luta pela defesa dos seus empregos e por mais contratações. É preciso organizar um movimento nacional dos bancários, imediatamente, para barrar os ataques reacionários dos patrões. É preciso preparar uma vigorosa campanha contra as demissões e um conjunto de medidas que visa liquidar com os direitos dos bancários, com plenárias nacionais, encontros regionais presenciais, com o objetivo de preparar a luta no próximo período.