Distúrbios na França

Trabalhadores franceses mostram como combater a direita

A esquerda francesa tem adotado uma política conciliadora com o governo, contrastando com os manifestantes, que querem a sua derrubada.

No 11º dia de manifestações contra o governo imperialista de Emmanuel Macron, entre 600 a 800 mil trabalhadores saíram às ruas em toda a França nesta quinta-feira, dia 06 de março.

Embora o número de manifestantes tenha sido menor que o das paralisações anteriores, eles seguem dispostos a lutar até o fim pela revogação da reforma da previdência, a qual foi o estopim dos protestos.  Estão mais radicalizados e menos reticentes ao enfrentar o aparato de repressão do Estado imperialista francês

O governo foi obrigado a mobilizar 11 mil policiais para reprimir a greve e mesmo assim, não foi o suficiente para conter a revolta popular, mostrando o nível crescente de radicalização.  Os trabalhadores e os jovens seguem enfrentando o aparato de repressão.

Em Paris, manifestantes ocuparam prédio que abriga escritório da Blackrock, um dos monopólios do capital financeiro internacional, que especula com o dinheiro suado e as pensões de milhões de trabalhadores.

Ainda em Paris, manifestantes franceses atearam fogo no toldo de um dos restaurantes favoritos de Macron, o “La Rotonde”.

Contudo, as demandas presentes nas manifestações já ultrapassaram a própria questão da reforma. A rejeição à participação do imperialismo francês na guerra na Ucrânia, por exemplo, é cada vez mais notada entre os manifestantes. Segundo um dos coordenadores dos Coletes Amarelos, o desejo dos franceses de ajudar a Ucrânia é cada vez menor:

No início da guerra na Ucrânia, houve aqui uma grande solidariedade com os refugiados ucranianos, especialmente mulheres e crianças… Mas, um ano depois, estamos em uma crise econômica muito grave. As pessoas na França não entendem mais porque estamos dando tantos milhões de euros à Ucrânia, enquanto eles são obrigados a fazer esforços para lidar com a vida cotidiana“.

Vê-se, então, que a questão política, a questão da renúncia de Emmanuel Macron, da derrubada do governo, já está na ordem do dia.

A persistência das mobilizações do proletariado francês demonstra que este é o mais politizado do mundo, no presente momento. E a continuidade e o sucesso das mobilizações tendem a impulsionar a classe operária dos demais países europeus a também saírem às ruas contra seus governos.

Por outro lado, a esquerda francesa continua a ser um obstáculo para os trabalhadores avançarem na conquista de seus objetivos. Apesar das manifestações terem sido convocadas oficialmente por vários sindicados, apenas a CGT realmente atua. Contudo, sua atuação se resume a uma política conciliadora. Enquanto nas manifestações já ecoa a questão da derrubada do governo, a CGT segue buscando apenas um acordo referente à reforma da previdência.

Ademais, a central se torna um obstáculo para a radicalização dos trabalhadores enquanto deveria convocar uma greve geral por tempo indeterminado, e não apenas paralisações de um dia e intercaladas. Ao fazer isso, estimula o refluxo das manifestações e permite que o Estado se reorganize para combater os trabalhadores e estrangular o movimento.

As organizações dos trabalhadores devem guiá-los, estimulando as reivindicações que estão latentes no seio do movimento. No caso, a CGT tem a obrigação de estimular não só a completa revogação da reforma da previdência, como também da saída da França da guerra, a derrubada do governo Macron e a formação de um governo operário. Estas questões já estão na ordem do dia

Caso a CGT não assuma o papel de vanguarda do movimento, as mobilizações arriscam refluir e podem mesmo ser derrotadas, o que seria um grande retrocesso para trabalhadores franceses.

Por isso, a palavra de ordem a tomar conta das manifestações deve ser “Fora, Macron!

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