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Desmonte

Trabalhadores do metrô denunciam condições após privatização

Desde março, quase 600 funcionários foram demitidos, e direitos das mulheres estão ameaçados

Além do aumento abusivo do preço da tarifa de R$ 4,50 para R$ 5,30, metroviários de Belo Horizonte denunciam que, após privatização, as condições de trabalho pioraram.

Desde que a empresa Metrô BH assumiu a gestão do transporte metroviário da capital mineira e de Contagem, na Região Metropolitana, em março deste ano, quase 600 funcionários da antiga Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Belo Horizonte foram demitidos.

Alda Lúcia Fernandes dos Santos, da direção do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), relata que, desde então, a realidade dos trabalhadores é de pressão e assédio.

“Isso precarizou todo o atendimento. Por exemplo, dependendo da estação, só tem uma pessoa no bloqueio e outra na bilheteria. Aumentou o preço da passagem, mas não melhorou o sistema”, comenta a metroviária.

Alda conta que, além da redução do quadro de trabalhadores, a empresa busca aumentar a jornada dos profissionais, gerando maior sobrecarga.

“Por exemplo, [a empresa] quer que o maquinista passe a trabalhar por oito horas, sendo que a jornada é de seis horas. Reduziu também o quadro da manutenção, sem fazer nenhum contrato ou chamamento de outros empregados”, comenta.

O Sindimetro-MG também denuncia que a empresa tem retirado direitos conquistados pelas metroviárias. Segundo o sindicato, a Metrô BH está propondo a redução da licença-amamentação, a retirada da licença-acompanhamento, além do fim do horário flexível para empregados com filhos com deficiência.

“A Metrô BH assumiu a direção da empresa em março de 2023, se dizendo uma empresa extremamente atuante no combate à violência contra as mulheres. Mas assim que iniciou a negociação coletiva já mostrou sua verdadeira face. Na minuta de ACT [acordo trabalhista] apresentada, ela propõe a retirada de todas as cláusulas relativas às mulheres”, disse o sindicato, em nota.

Perspectivas

Entre as medidas tomadas pelo sindicato para tentar reverter esse cenário, Alda destaca que o Sindimetro-MG tem buscado o Ministério Público do Trabalho (MPT) e realizado denúncias. Ao todo, a entidade já ajuizou mais 20 ações contra a postura da empresa.

Os metroviários também tentam interlocução com o governo federal para que intervenha no processo de privatização, que iniciou ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

“Além do adoecimento da categoria, já tivemos quatro tentativas de suicídio de pessoas que fizeram o concurso público, mas não tem como trabalhar na empresa privada, já que estudaram para trabalhar em uma empresa estatal. Tudo isso, entendemos que, se o governo federal quiser resolver, é possível”, concluiu a sindicalista.

O outro lado

Procurada pela reportagem, a Metrô BH não respondeu até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

Fonte: Brasil de Fato

* Os artigos aqui reproduzidos não expressam necessariamente a opinião deste Diário

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