As torcidas organizadas do Botafogo expressaram sua indignação com os altos valores dos ingressos para a estreia do time no Brasileirão e emitiram uma nota de repúdio nas redes sociais. As agremiações alvinegras exigiram a saída de Luís Castro, cobraram a presença de John Textor e programaram um protesto para o próximo sábado, alegando que não entrarão no estádio. Os valores dos ingressos para a partida contra o São Paulo foram divulgados juntamente com a nota.
A Folgada, Fogoró, Loucos Pelo Botafogo, Fúria Jovem, Torcida Jovem, Resistência Alvinegra e Botachopp assinaram a nota, na qual afirmaram que não estarão presentes nas arquibancadas do Nilton Santos na primeira rodada do Brasileirão como forma de protesto.
A Associação das Torcidas Organizadas do Botafogo repudiou o reajuste dos valores dos ingressos no Estádio Nilton Santos, afirmando que a SAF parece estar cada dia mais distantes da torcida, maior patrimônio do clube. A agremiação convocou todos os torcedores para um grande protesto no próximo sábado, no mesmo horário da partida entre Botafogo e São Paulo, para exigir mudanças.
Os valores dos ingressos para a estreia do Brasileirão têm gerado muita repercussão nas redes sociais, e o jogo entre Botafogo e São Paulo está programado para o próximo sábado, na reabertura do Nilton Santos para a torcida alvinegra.
Confira a nota das TOs do Botafogo
“A Associação das Torcidas Organizadas do Botafogo repudia veementemente o reajuste dos valores dos ingressos no Estádio Nilton Santos. Sabemos da importância das fontes de receitas para a SAF e do processo de profissionalização e reestruturação do clube, porém os administradores parecem estar cada dia mais distantes do maior patrimônio do clube: a torcida.
Aproveitamos a oportunidade, para convocar toda a torcida para um grande protesto no próximo sábado (15), às 15h, no Niltão. Mesmo dia da partida entre Botafogo x São Paulo, válida pela primeira rodada do Brasileirão. NENHUMA TORCIDA ORGANIZADA DO CLUBE ENTRARÁ NO ESTÁDIO.
Nós não chegamos ano passado e, apesar da falta de respeito e diálogo, a festa vai continuar!
Não ao futebol moderno, viva o esporte do POVO! Fora, Luís Castro!
Cadê o CEO?!
Aparece, John Textor!”.
O Botafogo emitiu uma nota explicando a precificação dos ingressos para a partida contra o São Paulo, que gerou muitas críticas nas redes sociais. O clube afirmou que os preços consideram os custos operacionais do evento e que precisa trazer todos os tipos de torcedores ao estádio, incluindo famílias, idosos e jovens. O Botafogo também afirmou que está investindo na melhoria da experiência do torcedor no estádio, com o aumento da segurança privada, reestruturação do fornecimento de alimentos e bebidas, entre outros.
No entanto, a nota do Botafogo não passa de mais um tapa na cara do torcedor alvinegro. Ao contrário do que se alega, a medida visa excluir o povo dos estádios, justamente no momento em que torcedores alvinegros protestam contra a SAF, o técnico português Luis Castro e o diretor de futebol André Mazzuco.
A SAF, ao contrário do que se diz, não é a salvação do futebol brasileiro. É, na verdade, o aprofundamento da privatização do futebol nacional, um patrimônio do povo brasileiro. A exclusão e perseguição das torcidas organizadas vai na mesma linha. O futebol virou um grande negócio especulativo da burguesia — que, para realizar sua política, precisa excluir o povo dos estádios.
Não bastava a SAF ter vendido o melhor jogador do clube, Jeffinho, para um clube europeu também de propriedade de John Textor; não bastava manter o treinador Luis Castro, mesmo com resultados pífios; foi preciso também atacar a torcida alvinegra de mais de 4 milhões de torcedores.