Fomos surpreendidos em ver que setores da burocracia sindical, pressionados pela direita do movimento, como as golpistas Força Sindical e UGT, estabeleceram – junto com partidos da esquerda burguesa e pequeno burguesa – uma organização do ato nacional de 1º de maio, em São Paulo, com as mesmas formas de organização equivocadamente usadas na campanha eleitoral de Lula antes do 1º turno e que quase levaram à derrota do candidato. Uma política tão ruim que foi devidamente alterada, pelo próprio Lula, na campanha do segundo turno.
Trata-se da realização do ato com cercas, catracas, revista do público, proibição de entrada até com garrafa de água, lata de cerveja e refrigerante, uma imensa área destinada a centenas de “convidados”, deixando o público distante do palco, etc. e todo tipo de restrições que assemelha o ato a um desfile de moda e que, nem de longe corresponde à necessidade da luta dos trabalhadores neste momento e à tradição de luta do 1º de maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora.
Diante do avanço da crise e da ofensiva da direita contra o governo Lula e o povo brasileiro, não há nada mais prejudicial do que a política de fazer um ato frio, sem participação popular, sem proximidade do público com Lula e seus dirigentes, sem a devida manifestação do povo. Acrescente-se a isso que a convocação do ato entre os setores populares foi extremamente fraca.
Os que defendem essa política, anti-povo, são os mesmos que convidaram para a data que comemora a luta dos trabalhadores em todo o mundo, o governador fascista de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio Freitas (Republicanos), bem como outros inimigos dos trabalhadores como os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ao contrário dessa politica “espanta povo”, é preciso um ato vivo, com ampla participação popular. Quem não quer isso, não quer ver o governo Lula e os trabalhadores serem vitoriosos diante da ofensiva da direita.
É preciso que o ativismo classista, os sindicatos e a CUT que buscam mobilizar os trabalhadores para o 1º de Maio e para a luta dos trabalhadores em geral, rejeitem essa política de derrotas, que serve apenas aos interesses de políticos carreiristas, inimigos da mobilização dos trabalhadores. É uma ajuda à direita que quer intensificar os ataques dos trabalhadores.
Nada de cercas no ato de 1º de Maio.
Nada de deixar o povo distante de Lula e dos dirigentes das suas lutas.
Por uma ato de luta pelas reivindicações dos trabalhadores.
Fora Tarcísio e todos os golpistas do Dia de Luta da classe Trabalhadora!
Por um 1º de Maio de Luta, pelas reivindicações centrais dos explorados da cidade e do campo:
● Aumento emergencial imediato do salário-mínimo, a ser debatido nos sindicatos e entre os trabalhadores, que ao nosso ver deveria ser de 100%;
● Reestatização da Eletrobrás e da Petrobrás (100% estatal) para reduzir o preço dos combustíveis e tarifas, criando as condições adequadas para o desenvolvimento nacional;
● Revogação de todas as “reformas” contra o povo dos governos Temer e Bolsonaro: trabalhista, previdenciária, do ensino médio etc. (“revogaço”);
● Reforma Agrária: terra para quem nela trabalha; atendimento das reivindicações dos povos indígenas e soberania do povo brasileiro sobre a Amazônia (fora o imperialismo!).
● Liberdade para Zé Rainha (FNL), Magno Souza (indígena de MS) e todos os presos políticos do regime, lideranças da luta dos explorados
● Abaixo a conspiração golpista. Fim da tutela dos militares sob o regime político.