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Jogo de cartas marcadas

The Best e Bola de Ouro não servem nem para limpar a bunda

Critérios arbitrários que desconsideram a habilidade efetiva dos jogadores, além de sabotagem ao Brasil: assim funcionam as premiações para “melhores do mundo”

A premiação do FIFA The Best não tem nenhum valor. Se o Oscar é o evento do cinema para garantir os interesses da decadente indústria cinematográfica europeia, a premiação da federação internacional de futebol serve apenas para favorecer os interesses do decadente futebol europeu.

Começando pelos indicados. O craque brasileiro Neymar não foi sequer nomeado para disputar a premiação — que, apenas pelo fato dele nunca ter ganho, já revela a farsa da condecoração.

Em 2017, por exemplo, ainda no Barcelona, Neymar fez uma atuação majestosa, talvez uma das melhores nos últimos dez anos, no jogo contra o PSG que classificou o clube catalão para a final da Liga dos Campeões, naquele 6 a 1 contra o time francês. Na hora da premiação da FIFA, ficou em terceiro lugar, com 6.97% dos votos — apenas 0,15% à frente do quarto colocado, o goleiro italiano Gianluigi Buffon. E muito atrás do primeiro e do segundo colocado, Cristiano Ronaldo (43.16%) e Lionel Messi (19.25%), respectivamente.

Em 2020, quando Neymar classificou sozinho o PSG para final da Liga dos Campeões, o craque brasileiro ficou em 9º lugar, com apenas 16 votos. O polonês e então atacante do Bayern de Munique, Robert Lewandowski, ganhou a premiação com 52 votos.

O que fica claro é que o prêmio da FIFA não define o “melhor jogador do mundo”, como busca se apresentar. Nos últimos anos, ganha a premiação quem tiver um certo destaque na conquista da principal competição europeia, a Liga dos Campeões. Como o Bayern ganhou em 2020, Lewandowski foi decretado “melhor do mundo”, o que, para qualquer um que entende de futebol, sabe que é uma farsa. Lewandowski não era nem o melhor jogador do clube alemão!

Da mesma forma, o Ballon d’Or da revista France Football, que elegeu Karim Benzema “melhor do mundo” em 2022. O Real Madrid conquistou a Liga dos Campeões e o artilheiro do time ganhou o prêmio. Benzema, no entanto, não é melhor que outros jogadores do seu clube, como Vinícius Júnior, Casemiro (atualmente no Manchester United), Rodrygo e até mesmo o croata Modric.

Mesmo com o critério do destaque do clube campeão europeu, a farsa se revela, pois teria que se explicar a alternância da conquista do prêmio entre Cristiano Ronaldo e Messi desde 2008, mesmo quando os respectivos times dos jogadores não faziam boa temporada. Através destes prêmios, percebe-se que as premiações têm apenas o interesse de favorecer o futebol europeu, controlado pelos grandes capitalistas como um gigantesco negócio especulativo.

Na década de 1990 e 2000, quando a pressão sobre o futebol brasileiro não era tanta quanto depois da crise de 2008, a FIFA e a France Football ainda deixavam jogadores brasileiros ganhar a premiação. Por isso, jogadores como Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká chegaram a ganhar a premiação. Mesmo assim, já era fraudulenta. Por exemplo, em 2006, a Itália foi campeã da Copa do Mundo. A FIFA teve a capacidade de eleger o zagueiro Cannavaro “melhor do mundo”. Isso mesmo, entre todos os jogadores de futebol, um zagueiro grosso italiano era o melhor de todos. Romário, que foi artilheiro da Europa em sequência no início da década de 1990, só foi eleito “melhor do mundo” quando ganhou a Copa.

Agora, no entanto, o Brasil está totalmente impedido de ganhar a premiação. A política do imperialismo europeu é de desvalorizar o futebol brasileiro — que, assim, lhe servirá os melhores jogadores do mundo a preços mais baixos. Vinícius Júnior, por exemplo, destaque do Real Madrid campeão europeu em 2022, nem sequer estava na lista da FIFA. Da seleção dos “melhores de 2022”, apenas um brasileiro: Casemiro. A conclusão é que Neymar, Vinícius, Rodrygo, Thiago Silva, entre outros jogadores, não estariam nem entre os melhores em suas posições. Um absurdo completo.

O impedimento à premiação de brasileiros fica clara quando o gol mais bonito do ano foi tirado de Richarlison para dar a um amputado que disputava uma partida sem nenhuma importância. Para os avaliadores, a “pintura” do camisa 9 da Seleção Brasileira, em plena Copa do Mundo, tem menos importância que um gol numa partida de mutilados.

Além disso, os jogadores que disputam o Campeonato Brasileiro nunca são selecionados. A competição, em relações a outras ligas nacionais, é a mais difícil do mundo, mas ninguém leva isto em consideração. O Brasileirão é a competição mais disputada do mundo. Portanto, o clube campeão de 2022, no caso, o Palmeiras, deveria ter uma série de jogadores indicados ao título — isso considerando o critério arbitrário da FIFA, que desconsidera a habilidade dos jogadores para considerar apenas os títulos. Mas, além da arbitrariedade, os brasileiros ainda têm de enfrentar a sabotagem total ao seu futebol.

Por isso, FIFA The Best e Ballon d’Or não servem nem para limpar a bunda.

* A coluna não expressa necessariamente a opinião desse jornal

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