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Crise do Imperialismo

05/06/1967: tem início a Guerra dos Seis Dias

As consequências da Guerra dos Seis Dias perduram no Oriente Médio. Contudo a fraqueza do Imperialismo pode cobrar o seu preço para Israel

Há 56 anos forças militares israelenses lançaram ataques devastadores contra os três estados árabes vizinhos, Egito, Jordânia e Síria. Colocando em prática um plano longamente planejado bombardearam as principais bases áreas sem aviso prévio, um estilo igual aos japoneses em Pearl Harbor naquele chamado dia da infâmia. Em seis dias até o estabelecimento de um cessar-fogo, eles tomaram a península do Sinai e a faixa de Gaza dos egípcios, as colinas de Golã da Síria e a parte oriental de Jerusalém e a Cisjordânia do Reino da Jordânia. Quando o cessar fogo foi estabelecido as 18h30 do dia 10 de junho, o Estado Judeu tinha triplicado o seu território.

A decisão do governo israelense em realizar estes ataques foi tomada, aproveitando durante o mês de maio daquele ano que o presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, havia endurecido seu discurso nacionalista, tinha pedido que as forças da missão de paz da Organizações das Nações Unidas abandonassem a faixa de Gaza, deslocado suas tropas para região e afastassem da fronteira egípcia israelense e proibido a navegação para e de Israel no estreito de Tiran, além tropas dos dois outros estados árabes citados anteriormente e mais da Arabia Saudita e do Iraque tinham se deslocados em direção as fronteiras com Israel.

Os aviões israelenses, de origem ocidental, conseguiram destruir praticamente toda aviação egípcia pousada, aproximadamente 400 aviões, em seguida as forças blindadas invadiram o Sinai e a faixa de Gaza pelo deserto e não usando as estradas esperadas pela defesa e combinado com um desembarque em Sharm El Sheik no dia 7 de junho, aprofundou a derrota. No dia seguinte, os israelenses chegaram no canal do Suez, praticamento ao mesmo tempo que dominavam toda a Cisjordânia e Jerusalém após conseguir a superioridade aérea na região e destruir as forças blindadas árabes. Enquanto era negociado um cessar-fogo, Israel aproveitou para invadir a Síria e tomar as estratégicas colinas de Golã que permitem a observação da capital síria, Damasco e do porto israelense, Haifa em dois dias.

Pode se considerar este foi o ponto alto em termos territoriais de Israel e marcou o apoio formal dos Estados Unidos da América frente ao nacionalismo árabe que tinha um certo apoio da União Soviética. Igualmente esta guerra ainda não acabou, pois mesmo que tenha devolvido a Península do Sinai para conseguir um tratado de paz com Egito e a Jordânia tenha renunciado as terras a oeste o rio Jordão. A Síria diz que só aceitará um tratado de paz com a devolução do seu território. Como agravante em 1981, Israel declarou sua anexação e procurou expulsar a população síria, permitindo a permanência dos drusos, inclusive oferecendo a cidadania mas sem resultados efetivos.

Sem esquecer que o estado israelense concedeu uma limitada autonomia das regiões que constitui a chamada Autoridade Palestina, a faixa de Gaza e a Cisjordânia, nos acordos de Oslo em 1993, contudo tem adotado uma política para que Jerusalém seja reconhecida internacionalmente como sua capital.

Todavia o papel israelense de agente imperialista pode cobrar o seu preço nos próximos anos sem suporte para fazer frente a efetiva independência do povo palestino. O Imperialismo tem mostrado vários sinais de fraqueza na sua atuação na região: A manutenção do presidente sírio Bashar al-Assad no poder; a reincorporação do seu representante na Liga Árabe depois de dez anos e com a respectiva expulsão da sua oposição desta organização, que possui apoio dos EUA, ainda que eles continuam ocupando a região leste do país; A humilhante saída do Afeganistão frente ao avanço do Talibã; além da surpreendente reaproximação entre a Arabia Saudita e Irã após sete anos de ruptura diplomática, um fato que pode possibilitar o término de um sangrento conflito no Iêmen que já provocou a morte de mais de 300 mil pessoas.

Só que um outro movimento pode representar uma mudança profunda no cenário geopolítico no Oriente Médio com importantes consequências para Israel. No último dia 14, foi anunciado que são positivas as expectativas do restabelecimento das relações diplomáticas entre o Irã e o Egito depois de mais de 40 anos com a reabertura das respectivas embaixadas e na ultima sexta, 30 de maio, o próprio Supremo Líder iraniano, Ali Khamenei afirmou que seu país “acolhe” a possibilidade de restabelecer laços com o Egito em um encontro com o sultão do Omã, Haitham Bin Tariq, em sua primeira visita ao país como divulgado

Vale ressaltar que a ruptura aconteceu principalmente pela assinatura do acordo de Camp David entre Egito e Israel que possibilitou a devolução do Sinai ao estado africano e pelo apoio egípcio ao Iraque na guerra contra o Irã (1980-1988).

Entretanto não é a primeira vez que um movimento de aproximação acontece, em 2013 o presidente iraniano visitou Cairo só que o golpe de estado que derrubou o presidente egípcio Mohammed Mursi interrompeu este processo. Revelador é que o atual presidente do Egito é o general que assumiu o poder após o golpe de 2013 e na época impediu que o país se afastassem da esfera de influência do imperialismo, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Um forte indício da mudança de posicionamento do país.

Irã, Egito e a própria Arabia Saudita entre outros estados do Oriente Médio tem assumido uma política de aproximação com a China e a Rússia o que permite a ruptura do isolamento iraniano na região e comprova o estabelecimento de uma postura de independência ao imperialismo.

Israel não está só encontrando dificuldade no plano exterior. Desde janeiro, o país tem sido impactado por enormes manifestações para evitar uma reforma judicial que fortaleça o Parlamento frente a Suprema Corte, uma medida democrática. Contudo, já são vinte uma semanas de protestos com milhares de bandeiras do país.

Amplitude dos atos e abundância de recursos empregados para a apoiar um corte que tem tomado decisões cada vez mais amplas e ultrapassando as suas atribuições sobre os poderes que são escolhidos pelo povo trazem os elementos de uma revolução colorida.

Quem poderia esta por trás da organização desta revolução? Baseado que em outros países, inclusive no Brasil, estas cortes tomaram medidas contra governos e parlamentos que estavam sendo empecilhos ao imperialismo, e principalmente aos Estados Unidos, fica fácil responder.

Não se pode esquecer que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem assumido uma postura de neutralidade no conflito no leste europeu, não adotou sanções contra a Rússia e limitou a Ucrânia a uma assistência humanitária sem o envio de armamento ou munição. Por mais contraditório que seja mostra um afastamento até de Israel do alinhamento com os Estados Unidos.

Logo é inquestionável como todos estes eventos mostram o enfraquecimento do Imperialismo tem demonstrado. É claro que ele não está derrotado como mostram as manifestações em Israel e a continuidade do apoio aos neonazistas na Ucrânia estendendo uma guerra que já poderia ter terminado. Por isto a vanguarda revolucionária deve destacar este enfraquecimento e ao mesmo tempo estimular que a classe operária internacional e estes países no Oriente Médio assuma as rédeas do seu destino.

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