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Ataque à educação

Tarcísio e a monstruosidade do fim dos livros nas escolas

Em duas semanas após o retorno às aulas, governo Tarcísio impõe dura perseguição aos professores de São Paulo.

Livro queimando

 A volta às aulas para o segundo semestre na rede estadual de São Paulo já iniciou com ataques aos professores e alunos por parte do governo Tarcísio e seu secretário de educação, Renato Feder. 

O governo de São Paulo pretende aumentar os índices educacionais por meio de estatísticas, tendo como base o resultado dos alunos da rede na prova paulista. Algo que o atual secretário de educação já colocou em prática no estado do Paraná durante sua gestão.

A partir do último dia 24, o governo lançou uma série de decretos, obviamente sem nenhum debate com a comunidade escolar, ao melhor estilo PSDB, que culminou no banimento do livro didático das escolas estaduais anunciado no dia primeiro de agosto.

A imposição dessa arbitrariedade se deu da seguinte maneira: no primeiro dia letivo do atual semestre, os professores da rede estadual foram informados pela direção das escolas sobre a obrigação de conduzir suas aulas exclusivamente com base nos slides e vídeo aulas disponíveis no CMSP (aplicativo implantado no período de pandemia para o acompanhamento de aulas e formação de professores).

O pretexto utilizado foi de que o material facilita a vida do professor em trabalhar o conteúdo da prova paulista e ajuda a padronizar o ensino em todas as escolas. 

Afinal, para Tarcísio e Feder, tudo que importa é a tal prova que servirá de trampolim político, principalmente para o secretário.

Quaisquer tentativas de debate por parte dos professores não surtiram efeito, pois o decreto já estava vigente.

No dia 27, mais um decreto, dessa vez sobre a obrigatoriedade de diretores e coordenadores pedagógicos em acompanharem as aulas e relatarem sobre o seu andamento. O pretexto é de integrar professores e direção na melhoria do ensino aplicado.

Por fim, o banimento dos livros: a recusa dos 10 milhões de exemplares do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do Ministério da Educação (MEC), para o ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) no ano que vem, passando para o uso exclusivo do material digital.

Existem problemas também em relação ao livro didático disponibilizado para as escolas. Afinal, por trás de sua produção e conteúdo ideológico estão os tubarões do ensino. Porém, quando comparado ao conteúdo digital, há uma enorme superioridade dos livros. As vídeo aulas e slides são totalmente superficiais, não permitindo qualquer tipo de reflexão em sala de aula sobre os temas ensinados. 

Sobre os livros, Feder afirma o contrário: “mais raso, mais superficial” e “tenta cobrir um currículo muito extenso de maneira superficial”. A verdade é o contrário, com todos os problemas, os livros possuem uma abordagem maior aos conteúdos.

Na prática, temos uma perseguição à liberdade de cátedra dos professores, seguido de uma “caça às bruxas” com a imposição aos coordenadores e diretores de acompanharem e relatarem sobre a condução das aulas por parte dos professores.

Não há qualquer tentativa de integração para a melhoria do ensino, aqueles professores que não seguirem a cartilha imposta pela secretaria de educação do estado serão advertidos ou perderão suas aulas. 

Os alunos, por sua vez, que estão engolindo a seco as reformas do Novo Ensino Médio, serão agora obrigados a acompanhar as aulas virtuais e seu material digital complementar, para que obtenham bons resultados na prova paulista, que muito provavelmente serão utilizadas no fechamento de suas notas finais.

A APEOESP (sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo) se posicionou contra os ataques e chamou uma mobilização para o próximo dia 16 de agosto em frente à Secretaria de Educação do Estado. Além disso, haverá nos dias 1º, 2 e 3 de setembro o XXVII congresso da APEOESP. 

A mobilização e o congresso são oportunidades para a mobilização dos professores em relação a esses ataques. Porém, a paralisia na categoria é grande.

Não há mais o que esperar, são apenas duas semanas do retorno às aulas e professores e alunos se veem nessa situação. A mobilização de toda a comunidade escolar contra essas arbitrariedades é a única maneira de frear os ataques, e também reverter a situação em favor da maioria da população do estado que sofre as consequências dessa política criminosa de Tarcísio e Feder.

 

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