Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, determinou na ultima sexta-feira (28), que diretores de escolas estaduais devem assistir a pelo menos duas aulas dos professores semanalmente. Eles precisarão ainda fazer relatórios sobre o que observarem em sala e enviá-los à Diretoria de Ensino que responde pela área onde a escola está localizada.
A medida imposta e publicada no Diário Oficial, porém a medida não explica como será a análise desses relatórios e se haverá punições ou premiações, dependendo da avaliação dos professores.
Em esclarecimento, a Secretaria da Educação, liderada por Renato Feder, afirma que a prática visa “”assegurar o suporte aos professores com a maior interação e apoio por meio do coordenador pedagógico e diretores de escola e unidade escolar”.
No entanto, a Apeoesp, sindicato que representa os professores estaduais, critica fortemente a prática. O sindicado afirma que a medida é “inaceitável”.
“A liberdade de ensinar e aprender é um princípio da educação brasileira previsto no artigo 206 da Constituição Federal e no artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”, diz a Apeoesp.
“Não tem cabimento que professores sejam assediados e que tenham seu trabalho tolhido dessa forma”, completou o sindicato.
Segundo o secretário de Educação, por meio dessa medida, “os gestores docentes passam a conhecer a carga horária mínima para supervisionar e auxiliar os professores no trato de temas inerentes ao dia a dia escolar, ampliando o ambiente de escuta e avaliação para tornar o processo de ensino mais eficaz para estudantes. Estratégia”. A Secretaria afirmou que a aplicação do regulamento será feita de acordo com a situação real de cada unidade escolar
A vigilância imposta por Tarcísio é uma desculpa para intimidar os professores que possuem autonomia para o exercício completo de sua docência. Ao estabelecer a obrigatoriedade da observação ele coloca a autonomia dos professores em risco.
Fortalecendo a ação da perseguição ideológica em escolas. A Secretaria de Educação deveria se preocupar com a qualidade das escolas, com a melhoras nos salários de professores, com a falta de recursos escolares, mas ao invés disso ela faz uso de uma vigilância banal que nada atribui para melhoras esses problemas.