A gestão do governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criou uma Coordenadoria de Políticas para Povos Indígenas, subordinada à Secretaria de Justiça e Cidadania. À frente da pasta está o cacique Cristiano AWA-Kiririndju, da etnia tupi-guarani. A nova coordenadoria tem por objetivo declarado aprofundar ações e ampliar a participação social das etnias indígenas localizadas no território paulista.
O cacique escolhido para dirigir o novo órgão do Estado de São Paulo já é conhecido: trabalhou na gestão do PSDB, presidindo o Conselho Estadual dos Povos Indígenas de São Paulo (Cepisp) desde 2022. AWA-Kiririndju é ainda coordenador pedagógico da secretária de Educação do Estado.
É uma farsa evidente, trata-se da utilização pela direita da ideologia identitária, que do ponto de vista dos interesses dos oprimidos é inócua, no entanto, serve de propaganda para os governos da direita. Essa organização e o cacique, seu coordenador, nada mais realizarão que aquela demagogia tipica do identitarismo, política impulsionada pelas ONGs imperialista, marcadas por reivindicações de tipo culturais, cuja importância, quando tem alguma, é absolutamente secundaria.
Enquanto isso, o Palácio dos Bandeirantes impulsiona uma política de combate aos setores oprimidos, incluindo a questão da terra. Foi no governo de Freitas, por exemplo, que o líder da FNL, José Rainha, foi preso. Paralelamente ao jogo de cena, o governador aumenta os ataques contra os serviços públicos e contra a população, da cidade e do campo, e com isso, continua a política do PSDB em São Paulo.
De outro lado, faz demagogia de defensor dos índios com essa medida. Eis aí a política identitária servindo ao seu verdadeiro objetivo, servir a direita e a sua política.