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Ásia

Taiuan, uma “Ucrânia” na Ásia?

Estados Unidos perceberam que enfrentar a China seria uma tarefa ainda mais difícil, considerando a experiência militar chinesa

Após os acontecimentos na Ucrânia, há uma crescente preocupação em relação a Taiuan e à região sudeste e leste da Ásia. É amplamente reconhecido que um conflito com Taiuan teria sérias consequências para a humanidade. No entanto, é importante notar que, embora esse conflito esteja se tornando mais provável, ainda não pode ser considerado iminente.

Após a visita de Nancy Pelosi a Taipei e de outros líderes americanos e do G7, fica claro que os chineses não reagiram de forma provocativa às ações dos Estados Unidos, e a situação foi resolvida sem causar impactos significativos na economia global. Enquanto isso, continuaram as provocações, com aprovação de orçamentos para investimentos militares em Taiuan e em seus aliados, totalizando US$ 80 bilhões financiados pelos contribuintes americanos até 2027. No entanto, o armamento de Taiuan não é o único foco; também é importante armar os aliados. Nesse contexto, alianças estão se formando, intensificando as tensões geopolíticas e tornando um conflito mais inevitável.

A Austrália, juntamente com o Reino Unido e os Estados Unidos, compõe a aliança conhecida como AUKUS, embora haja discussões sobre a possível entrada da Coreia do Sul, Japão e até mesmo da Índia. Essas alianças estão surgindo como uma resposta à necessidade dos Estados Unidos de conter a China, dada a sua atual situação econômica e os desafios enfrentados em outras regiões, como o Oriente Médio e a Europa.

No Oriente Médio, os Estados Unidos enfrentaram dificuldades consideráveis, como o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão e a ascensão de figuras como Moqtada Al Sadr no Iraque e o fortalecimento do Hezbollah. Além disso, a situação em Israel se tornou mais complexa, afetando sua relação com o governo Biden. Na Europa, o conflito na Ucrânia não resultou no enfraquecimento da Rússia, apesar das sanções e sabotagens, enquanto a Ucrânia enfrentou derrotas e escândalos de corrupção, prejudicando os investimentos dos países membros da NATO-OTAN e agravando a crise econômica global. Tudo isso levou os Estados Unidos a concentrarem sua atenção na China.

Além das alianças mencionadas, como a OTAN e a AUKUS, os Estados Unidos também buscam envolver a Índia na questão. A aliança Quad envolve os EUA, Japão, Índia e Austrália, com foco em compartilhar informações e realizar exercícios militares. Essa cooperação se estende ao setor de inteligência, com os Five Eyes, um grupo de espionagem composto por Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, que atualmente monitora atividades russas e chinesas em todo o mundo.

Duas organizações têm se destacado na Ásia: AUKUS e Quad. Os Estados Unidos e a Austrália têm fortalecido suas relações de cooperação militar, incluindo outros parceiros regionais, como Japão e Coreia do Sul. O Quad lançou uma iniciativa de monitoramento marítimo para aumentar a vigilância na região e anunciou investimentos significativos. Embora essas organizações atuem em regiões e situações diferentes, elas compartilham o objetivo de conter a influência chinesa na geopolítica global.

No entanto, mesmo com todas essas alianças e acordos, os Estados Unidos têm tido dificuldades em alcançar seus objetivos geopolíticos devido a problemas internos e externos. Alguns poderosos argumentam que a melhor maneira de resolver esses problemas seria enfrentar a China, o que levou a tentativas de formar alianças militares para apoiar Taiuan e lidar com possíveis ameaças da China, Coreia do Norte ou Rússia.

Embora exercícios militares sejam realizados por várias nações, muitas vezes a imprensa tende a culpar outros países, não os Estados Unidos, por provocação. A intenção parece ser criar uma justificativa para um possível conflito, envolvendo a aliança da AUKUS na Ásia.

Os Estados Unidos têm construído bases militares nas Filipinas e incentivado provocações nessa região, como o encalhamento intencional de uma embarcação da Segunda Guerra Mundial em um recife no Mar Meridional da China pelas Filipinas. Essas ações têm gerado tensões adicionais. É importante notar que a presença militar dos EUA nas Filipinas, exercícios militares com a Coreia do Sul, Japão e investimentos em Taiuan, têm como objetivo bloquear o acesso marítimo chinês e controlar as rotas comerciais no Mar do Sul da China, dificultando o transporte para a Oceania, o Mar Índico e o Pacífico.

A presença militar dos Estados Unidos na Ásia também se estende a Japão, Coreia do Sul, Singapura, Camboja e se fecha com as Filipinas, criando uma barreira ao redor da China. Além disso, os EUA estão negociando a construção de um porto próximo a Taiuan, o que aumentaria a competição com a Marinha Mercante Chinesa.

Essa estrutura militar se combina com as alianças como AUKUS, Quad e Five Eyes. Até 2023, o número de bases militares dos EUA nas Filipinas aumentou de cinco para nove. Vale ressaltar que os Estados Unidos mantêm mais de 120 bases militares no Japão, além de cerca de 28.000 militares na Coreia do Sul e outros locais. Isso indica que um conflito está se tornando cada vez mais provável, um conflito que envolveria nações com armas nucleares.

Então, por que a guerra com a China ainda não começou apesar dessas tensões? A resposta está na Ucrânia, que se tornou um problema para o governo dos Estados Unidos. Embora a OTAN não tenha se envolvido diretamente, a guerra na Ucrânia tomou um rumo desastroso, principalmente devido à habilidade da Rússia em lidar com grupos guerrilheiros, o que levou ao desfecho negativo. Diante dessa realidade, os Estados Unidos perceberam que enfrentar a China seria uma tarefa ainda mais difícil, considerando a experiência militar chinesa.

A Rússia e a China têm cooperado em vários aspectos geopolíticos, e isso tem representado desafios para os Estados Unidos, como visto nas falhas das tentativas de derrubar o presidente Bashar al-Assad na Síria e no fracasso das investidas no Oriente Médio. As derrotas seguidas forçaram os Estados Unidos a criar uma aliança de nações aliadas para conter a China de forma mais direta, evitando danos econômicos significativos e recorrendo a táticas como sanções.

Os Estados Unidos também tentaram fazer um acordo com a Coreia do Norte no passado, mas o líder norte-coreano Kim Jong Un não confiou, referindo-se ao precedente da Líbia, onde o líder Khadafi abriu mão das armas nucleares e foi derrubado pelos países imperialistas. Esses fracassos forçaram os Estados Unidos a se concentrarem mais na China e a intensificar as provocações.

No entanto, essas provocações não levaram ao sucesso esperado pelos Estados Unidos. A China continuou a crescer economicamente e militarmente, enquanto a Rússia e a Coreia do Norte driblaram as sanções. Isso levou os Estados Unidos a buscar a formação de alianças, como AUKUS, Quad e outras, para conter a China.

A situação na Ásia está tensa, com um possível conflito no horizonte. A China controla os mares e é aliada da Rússia e da Coreia do Norte, colocando em alerta aliados americanos como Coreia do Sul e Japão. No entanto, as interferências dos Estados Unidos em disputas territoriais na região, como as Ilhas Takeshima e Dokdo, têm permitido alianças e relações diplomáticas em benefício próprio.

Diante desse cenário complexo, é evidente que os Estados Unidos buscam fortalecer sua posição na Ásia. Isso se tornou ainda mais importante após o fracasso das tentativas de contenção da Rússia e da China por meio de sanções e provocações econômicas. Agora, os Estados Unidos enfrentam um novo período de hostilidades com a China, buscando limitar sua influência naval e industrial na região. Taiuan, juntamente com o Japão, faz parte dessa estratégia de bloqueio, assim como as Filipinas, que estão cercando a China.                                                                             

                                                                                             

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