Em meio à crise com os ianomâmis, supostos ambientalistas e defensores dos indígenas, gostam de afirmar que não há necessidade de construção de hidrelétricas, uma ideia que só pode ter origem no imperialismo, que tem o interesse de impedir o desenvolvimento nacional. Dentre os ambientalistas, Sônia Guajajara, que se apresenta como grande liderança indígena, em várias ocasiões citou esse tipo de coisa.
Sônia Guajajara é deputada federal eleita pelo PSOL e comandante do Ministério dos Povos Indígenas. Egressa dos círculos universitários pequeno-burgueses, durante a campanha eleitoral de 2022, Sônia Guajajara fazia questão de “relembrar” o candidato Lula e atual presidente em todas as oportunidades possíveis da “tragédia” da usina de Belo Monte. Uma campanha feita na época dos primeiros governos do PT, sendo que na realidade, a usina é hoje a terceira maior hidrelétrica do mundo, verdadeiro orgulho nacional e demonstração de grandeza do País, uma obra que verdadeiramente incomoda o imperialismo e os amigos de Guajajara na CIA. A verdadeira tragédia seria o povo sem energia e a hidrelétrica na mão dos capitalistas.
Apesar das semelhanças com o discurso de Paulo Guedes, Guajajara está em um partido que se proclama socialista, mas só vem socializando a folha de pagamento da CIA com suas lideranças, como este Diário já provou, apontando o financiamento de institutos ligados ao imperialismo a campanhas e figuras do PSOL, como Guilherme Boulos.
Guajajara, que pede benção para Washington até para acordar pela manhã, como fica claro por sua conduta de pedir “ajuda humanitária” e a “intervenção” dos Estados Unidos e demais países imperialistas a qualquer sinal de problema criado nos think tanks das ONGs ambientalistas, retoma a campanha que a burguesia fez nas vésperas do golpe de 2016 para desgastar governo de Dilma Rousseff e, simultaneamente, atacar a política de interesse nacionalista de construir novas usinas.
As alegações que fundamentam afirmações de natureza cujo objetivo é sabotar a soberania nacional não têm provas concretas, apenas falatórios e relatórios do imperialismo. Quais seriam elas? O remanejamento de povos que habitam a região e a extinção de espécies. Quanto ao segundo, não há nada de concreto, a não ser “relatórios” entregues à Organização dos Estados Americanos (OEA), instituição notoriamente imperialista. Quanto ao remanejamento de índios, se de fato aconteceu, também não seria motivo para grande alarde: a região amazônica possui uma densidade demográfica baixíssima, permitindo tranquilamente qualquer remanejamento.
Os supostos argumentos anti-Belo Monte e demais usinas hidrelétricas não são argumentos porque não encontram em si honestidade alguma. A posição almejada que trabalha contra a expansão do desenvolvimento e soberania nacional atendem aos interesses escusos do imperialismo, que quer ver a nação dependente e subdesenvolvida, uma verdadeira colônia de exploração dos países imperialistas. Na Conferência do Clima da ONU, a COP-26, a cacica Juma Xipaia deixou claro que é contra qualquer hidrelétrica em qualquer lugar do mundo: “quem financia hidrelétricas na Amazônia ou qualquer lugar do mundo, não financia desenvolvimento, mas assassinato”. (“Quem financia hidrelétricas na Amazônia ou qualquer lugar do mundo, não financia desenvolvimento, mas assassinato”, declara a cacica Juma Xipaia, na COP-26, portal Terras indígenas, 5/11/2021). Ao desferir seus ataques contra Lula, Guajajara fez uma defesa que vai na mesma linha do que deveria parecer uma posição de quem nunca abriu um livro na vida, para quem não sabe da intenção por trás de Sônia: “não precisamos de mais Belo Montes, não precisamos de Belo Monte que vai extrair o ouro [sic] de nosso território. Nós não precisamos dessas hidrelétricas”.
Se trata, na realidade, de uma operação muito bem financiada e articulada por determinados setores do imperialismo para sabotar e fazer campanha contra aquilo que há de mais progressista no país. A desonestidade do imperialismo é tamanha que se criam argumentos infundados e situacionais que atacam uma das fontes de energia mais limpas do mundo, ao contrário de fontes como o carvão, o petróleo etc, que emitem gases considerados extremamente nocivos.
Se houvesse coerência na fala de Guajajara, o que não há, por se tratar de uma campanha do imperialismo, ela deveria pedir também o absurdo fim dos automóveis no Brasil. O mundo sem energia elétrica é um mundo impossível, ainda mais sem computadores para a Sônia Bone de Souza Silva Santos se descobrir “Guajajara.”
A campanha se aproveita dos setores mais identitários para atacar qualquer evento na Amazônia. E não é à toa: segundo a Folha de S.Paulo, “num horizonte mais amplo, até 2030, a mesma EPE [Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia] e a confirma a região Norte como o grande pote de ouro energético do país: 43% do potencial hidrelétrico nacional. No mapa das suas ambições estão bacias como as do Rio Trombetas, no Pará, e do Jari, entre Pará e Amapá, além da do Sucunduri, no Amazonas” (Sovietes e eletricidade, Folha de S.Paulo, 23/12/2006).