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Lobby imperialista

Sionistas defendem censura contra Roger Waters

O músico ex Pink Floyd sofre uma intensa perseguição do imperialismo por denunciar os seus crimes, da Ucrânia à Israel, e corre risco de censura no Brasil

A campanha do imperialismo contra o músico, ex Pink Floyd, Roger Waters é imensa. O artista foi punido pela justiça alemã e se tornou alvo de uma gigantesca campanha de calúnias. Seu show, que critica do nazismo, foi acusado cinicamente de fazer apologia ao nazismo, isso porque ele também critica o sionismo. Agora foi a vez da polêmica chegar no Brasil, visto que há seis shows marcados no País. Evidente que os principais críticos são os sionistas brasileiros como Marcos Susskind que publicou no Gazeta do Povo o artigo: “Roger Waters marca shows no Brasil. Queremos ver isso?”

O texto consiste em um ataque a todas as posições anti-imperialistas do músico: “Waters afirma que a guerra da Rússia contra a Ucrânia é motivada por provocação do Ocidente e que Putin ‘ouve todas as correntes e toma decisões por consenso na Federação Russa’. Ele também advoga que a China tem o direito de invadir Taiwan, que ‘sempre fez parte da China’” E também: Em seus shows, ele apresenta um imenso telão onde identifica Joe Biden como ‘criminoso de guerra’ e em 2018, às vésperas do segundo turno, em São Paulo chamou Bolsonaro de neofascista e colocou no telão o logo # Ele Não, que simbolizava a rejeição ao então candidato.”

Ele então comenta o que é o ponto principal, dado a origem das críticas a Waters: “Roger Waters  há muitos anos milita a favor do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) e contra a existência do Estado de Israel.” E cita casos de punições ao músico por seu “antissemitismo”: “Em 2016, a empresa American Express cancelou o patrocínio a seus shows, no valor de US$ 4 milhões, por causa de suas posições racistas e antissemitas”. O primeiro ponto que precisa ficar claro é a campanha financiada pelo Estado de Israel de igualar sionismo a antissemitismo, um absurdo. 

O sionismo é a ideologia do Estado de Israel de limpeza étnica da Palestina. Ele na prática é uma ditadura brutal contra o povo palestino, pior que o Apartheid sul-africano. São milhões de palestinos vivendo em campos de concentração e sendo assassinados diariamente pelo exército de Israel. Isso sem contar que Israel atua também contra todos os povos árabes, principalmente na Síria, país cujo território está ocupado por Israel desde 1967. O sionismo, portanto, é uma das maiores causas do antissemitismo moderno, dado que Israel faz questão de se declara equivalente o judaísmo.

Susskind então faz as tradicionais calúnias dos sionistas a Waters na conclusão de seu texto: “Roger Waters chega a usar no seu show o nome da jovem Anne Frank como pano de fundo para profanar a memória dela e dos seis milhões de judeus assassinados no Holocausto. Tal como muitos outros, Waters também nega as acusações de racismo ou de antissemitismo. Não surpreende, pois todos negam. Roger Waters programou shows em seis cidades do Brasil. Cabe perguntar se o país deve dar espaço e público a esse tipo de músico.”

O autor no fim quer censurar Roger Waters por suas posições políticas, que, em parte, são imputadas a Waters apenas para acusá-lo de nazista para esconder que a censura é por sua posição contra o fascista Estado de Israel. É um caso bom para mostrar como a lei da censura para os “extremismos” é negativa. Aqui temos uma figura de esquerda que se posiciona abertamente contra o nazismo, mas que por também se posicionar contra o sionismo, que na atualidade é algo muito mais concreto que o nazismo de 80 anos atrás, pode ser censurada. Seria o equivalente a censurar um filme sobre Hitler ou sobre Mussolini, pois qualquer representação dos dois seria apologia ao fascismo.

O interessante é que a cena censurada também apresenta uma crítica ao antissemitismo. Waters em uma música atua como um líder fascista usando um uniforme que remete à SS. Ele então, na personagem, canta: “Há alguma bicha aqui esta noite? Leve-os para o muro! Aquele ali no holofote, ele não parece certo pra mim. Leve-o para o muro! Aquele parece ser judeu! E aquele é um crioulo! Quem deixou toda essa escória entrar? Tem um fumando maconha. E outro com espinhas!

Se fosse do meu jeito, eu fuzilaria todos vocês!” É uma crítica forte à homofobia, ao racismo e ao antissemitismo bem como outros conservadorismos presentes no fascismo. Algo que todos sabem pois ela é feita desde 1980. 

É então interessante avaliar quem é o autor que ataca tão veementemente Roger Waters. A jornalista Lucia Helena Issa publicou um artigo sobre Susskind no GGN: “Quem é Marcos Susskind, o israelense-brasileiro que age como um supremacista judeu, atacando covardemente jornalistas brasileiros?” Nele a jornalista afirma: “Assustei-me com a desonestidade do sujeito e, pior, compreendi imediatamente que para o senhor Susskind, um supremacista judeu que, como descobri em minhas pesquisas, era o autor de vídeos celebrando a morte de crianças, definindo os massacres de palestinos durante a ilegal tomada de Jerusalém Oriental.”

Além disso ela cita a sua posição sobre o Estado de Israel: “Susskind nega a limpeza étnica contra os palestinos há décadas, algo que historiadores como Illan Pappé e Schlomo Sand (em tempo: Susskind é um guia turístico em Israel, mas se apresenta como ” historiador amador”, o que, por si só, seria cômico, se não fosse trágico), e afirma também que eu não poderia escrever sobre Apartheid em Israel porque ele não existe.” Seguida a lógica dos censuradores se os que afirma que não houve genocídio de judeus na Segunda Guerra Mundial devem ser censurados os que afirma que não existe apartheid na Palestina também deveriam ser. 

O que fica claro com o posicionamento de Susskind e seu palanque não só no jornal bolsonarista Gazeta do Povo como também no O Globo é que o lobby sionista no Brasil é fortíssimo. Há até um grupo que se afirma “sionistas de esquerda” com as mesmas posições da direita fascista que defende o Estado genocida de Israel, a palavra “esquerda” aqui serve apenas para convencer setores progressistas a defenderem esse genocídio contra os palestinos, na verdade, são elementos infiltrados na esquerda. Essa ideologia é também uma expressão muito bem acabada do identitarismo, é um identitarismo judeu que já está no poder há décadas e por isso já está muito desgastada, mas que tem as mesmas características. Enquanto afirma ser ultrademocrático e defender uma minoria é, na verdade, uma ideologia de base de uma violentíssima dominação imperialista que tem como resultado final uma nova onda contra as supostas minorias que ela diz defender. Se levado até as últimas consequências, o sionismo, ao afundar, terá resultados terríveis para a população de Israel.

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