A edição de ontem (12) do Estado de S. Paulo estava surpreendentemente colorida. Logo na capa, vemos estampado: ‘Não havia dinheiro nem para alugar carro de som’: como foi a 1ª edição, contada por quem estava lá. Rolando um pouco a página, mais um artigo alegre: “Obras-primas em vinil de artistas LGBT+; confira algumas sugestões”.
Indo mais a fundo, encontramos: “5 livros de autores LGBT+ para conhecer e adicionar à sua biblioteca” Se a capa já chama a atenção, os artigos são verdadeiramente engajados. O Estadão, que tanto faz questão de se dizer imparcial, se revela um jornal ativista: “Vencer preconceitos enraizados é coisa para muita luta. No campo musical, hoje a comunidade LGBTQIAPN+ conta com mais representatividade do que há apenas algumas décadas, mas não por sorte. Algo assim só tem sido possível graças a nomes que foram pioneiros em se assumir publicamente sem medo de represálias”.
O Estadão paz e amor não sofreu nenhum ataque hacker, nem mudou de dono. É o mesmo Estadão que usa “demiurgo de Garanhuns” para se referir a Lula e que chama Nicolás Maduro de “ditador”. Não é o jornal do amor, é o jornal do ódio contra os setores mais miseráveis da população. Um apoiador da reforma trabalhista, da reforma da Previdência, da privatização da água, da “independência” do Banco Central e de todo tipo de barbaridade.
Seu suposto apoio à população LGBT no dia da Parada Gay só revela como a demagogia com esse setor é profundamente reacionária. O ativismo LGBT que não vai além da demagogia identitária serve apenas para que os grandes capitalistas sigam tratando a população como lixo.