Sim, o julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível é político, como todo julgamento em que há um interesse explícito em condenar a vítima, independentemente das provas ou do mérito processual.
A posição deste Diário é a mesma dos verdadeiros comunistas – não os “comunistas” treinados pela CIA para fazer propaganda da política antidemocrática do imperialismo. Não defendemos nenhuma perseguição política por parte do Estado capitalista, contra absolutamente ninguém.
O Estado, controlado pelos grandes capitalistas, é um inimigo dos trabalhadores e de todos os oprimidos. Defender que alguém seja punido de maneira arbitrária é defender que o mesmo Estado possa atacar os direitos democráticos de todos. Afinal, ou existe o direito para todos, ou não existe o direito.
Se Bolsonaro não terá seus direitos respeitados, o que obrigará um juiz a respeitar os direitos de um partido de esquerda?
Não é preciso especular. Basta ver o que Alexandre de Moraes fez: derrubou as redes sociais do PCO sem nenhuma explicação razoável, e as devolveu meses depois sem nenhum tipo de compensação. Se a esquerda acha que controla o Judiciário, está delirando. Precisa perguntar a qualquer sindicato se o seu direito à greve é respeitado pelos juízes.
Para defender os direitos democráticos, não tem a menor importância quem seja a vítima. Pois o que está em jogo é sempre a luta do Estado contra o conjunto da população. É sempre uma luta que decidirá se o Estado poderá passar por cima dos direitos de todos ou não.
É por isso, por exemplo, que o PCO não só denunciou o julgamento-farsa contra Bolsonaro, mas também toda a campanha contra o apresentador Monark, que teve de depor na delegacia por questionar o sistema eleitoral. É por isso, também, que o PCO denunciou a cassação dos direitos políticos de Lula em 2018, preso em um processo completamente viciado.