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Silvio Almeida já era prostituta dos EUA antes de virar ministro

Youtuber Jones Manoel, espécie de advogado pro bono de quem trabalha no IREE, saiu em defesa do autor de "Racismo Estrutural"

Em vídeo recente, o youtuber Jones Manoel comentou a declaração do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acerca do genocídio do povo palestino pelo exército de Israel. A declaração de Almeida veio um mês após o acirramento dos conflitos entre israelenses e palestinos, período em que o ministro foi bastante cobrado por um posicionamento, até mesmo de dirigentes do Partido dos Trabalhadores, que é o partido do presidente da República.

A posição de Silvio Almeida é tão ruim que nem mesmo Jones Manoel conseguiu defendê-lo por completo. O youtuber, que outrora dissera que Silvio Almeida seria um dos ministros mais “progressistas” do governo, agora acusa o autor de “Racismo Estrutural” de “mentir”, falsificando a posição do governo e escondendo-se atrás de falácias. Ainda que Jones Manoel tenha em chamar Almeida de mentiroso, a suposta “crítica” do youtuber não é uma “crítica” de fato, mas uma tentativa de defender o ministro dos Direitos Humanos, mesmo depois de ele ter dado uma declaração profundamente reacionária.

A defesa de Almeida começa a partir do momento em que Jones Manoel não critica a confissão mais hedionda do ministro em sua própria declaração: “minha posição como ministro de Estado (…) está em linha com o governo brasileiro (…) que desde o primeiro momento condenou com veemência os atos terroristas do Hamas”. Depois de um mês em silêncio, o ministro decide vir a público para reproduzir a campanha da imprensa golpista e dos serviços de inteligência israelenses, segundo a qual “o Hamas” – e não todas as organizações armadas da Palestina – teria promovido um “atentado terrorista” – e não uma operação militar muito bem sucedida em reação ao massacre do qual o povo palestino tem sido vítima.

Já desse momento, Silvio Almeida já deixara clara a sua posição: a de cumplicidade com Israel na campanha caluniosa contra os combatentes palestinos. Uma posição segundo a qual Israel “teria razão” em se “defender” dos “monstros” que promoveram a Operação Dilúvio. Jones Manoel, contudo, lê o trecho sem fazer qualquer observação. E não é para menos: o youtuber também, até hoje, nunca saiu em defesa dos heróis da luta do povo palestino.

Passado esse ponto, Jones Manoel então elabora as suas primeiras “críticas” a Silvio Almeida. Mas as “críticas” não são de fato dirigidas ao ministro: Jones Manoel critica Silvio Almeida por tentar atribuir ao governo Lula uma posição mais à esquerda do que ele de fato tem apresentado. Isso mesmo: Jones Manoel critica não Almeida por ter ficado em silêncio por um mês, mas sim porque, ao romper o silêncio, Silvio Almeida teria dito que o governo Lula condenou o genocídio dos palestinos sem fazê-lo de fato.

“Aqui tem uma mentira: o governo brasileiro, desde o começou, não se colocou de forma firme contra as ações inaceitáveis de Israel”.

A posição do governo brasileiro diante do genocídio dos palestinos é de fato uma vergonha. Mesmo o Brasil tendo uma posição de destaque na Organização das Nações Unidas (ONU), o governo foi incapaz sequer de denunciar os crimes contra a humanidade cometidos pelo Estado judeu. No entanto, o fato de que Jones Manoel prefere criticar a “mentira” de Almeida, e não a sua posição propriamente dita denuncia que o objetivo do youtuber não é fazer um debate sério com o ministro, mas sim retirar os holofotes de Silvio Almeida e colocá-los sobre o governo Lula.

É uma operação de pura mau-caratismo. Com isso, Jones Manoel tenta amenizar as críticas ao seu ídolo Silvio Almeida, oferecendo uma “crítica” amigável, ao mesmo tempo em que aproveita para criticar o governo Lula. Por mais que a posição do governo mereça ser criticada, o caso em tela mostra que figuras como Jones Manoel, que participaram de movimentos golpistas como o “Não vai ter Copa”, têm uma obsessão em criticar Lula e o PT em todas as situações possíveis.

O segundo argumento de Jones Manoel para defender Silvio Almeida e atacar o governo Lula já é uma espécie de paranoia do youtuber. Aqui, o delírio é tanto, que nos obriga a defender Silvio Almeida. Disse o ministro: “Minha posição como ministro de Estado sobre a situação em Gaza é clara desde o início e está em linha com o governo brasileiro”. O que ele disse é claro: a posição dele, enquanto autoridade do Estado, é a mesma que a do governo brasileiro. Em nenhum momento, ele falou que é obrigatoriamente a mesma que o governo, apenas que havia uma coincidência de posições.

Jones Manoel, no entanto, interpreta a frase de Almeida como bem um ministro do STF interpreta a Constituição e lança a seguinte especulação: “Silvio, sua posição está alinhada ao governo porque você ideologicamente concorda ou porque você como ministro de Estado acha que tem que respaldar todas as posições do governo?”. Futuramente, Jones Manoel iria deixar claro qual a sua opinião: Silvio Almeida estaria sofrendo um processo de “interpelação ideológica”. Em poucas palavras, Silvio Almeida teria uma posição como intelectual admirável, mas, por causa das pressões institucionais, estaria mudando de posição. Estaria, portanto, sofrendo um processo de adaptação ideológica ao “reacionarismo” do governo Lula.

Dito de outra forma, para Jones Manoel, Silvio Almeida seria um revolucionário, um anti-imperialista, um símbolo na luta contra o racismo, mas estaria se tornando uma figura conservadora por causa do governo Lula. Esse malabarismo, obviamente, cumpre o mesmo papel anterior: defender o “coitado” do Silvio de Almeida, vítima do governo Lula, e atacar o governo.

A informação, contudo, não procede. Silvio Almeida não ficou mais “reacionário” por entrar no governo Lula – na verdade, por ter ganho um cargo em um governo com características nacionalistas, Almeida está sendo obrigado a evitar atacar governos como o da Venezuela, que é defendido pelo PT. O fato é que, antes de entrar no governo, Silvio Almeida já tinha uma posição profundamente pró-imperialista em vários aspectos, não sendo novidade alguma que ele se recuse a denunciar o Estado de Israel.

Antes de lembrar as posições de Silvio Almeida, cumpre destacar o seguinte: Almeida é parte da ala “identitária” do governo Lula, ligada às ONGs. Todas as figuras dessa ala, como é o caso de Sonia Guajajara, Anielle Franco e Jean Wyllys têm a mesma posição: silêncio total diante dos crimes de Israel. A Coalizão Negra por Direitos, para quem qualquer coisa é “racismo”, também está calada diante de Israel. E o motivo é óbvio: todos, sem exceção, são financiados por organizações como a Fundação Ford e a Open Society Foundation, que são todas sionistas. O próprio Silvio Almeida foi diretor do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), um instituto vinculado a essas fundações e que tem, entre seus quadros, figuras-chave do golpe de 2016.

Dito isso, agora lembremos quem é Silvio Almeida. O autor de “Racismo Estrutural” é ninguém menos que o cidadão que, após o assassinato de um homem negro no Carrefour, aceitou trabalhar na empresa para “limpar a imagem” do supermercado. Silvio Almeida não é um “militante histórico”, como afirma Jones Manoel, mas um professor universitário que era desconhecido até 2020, quando, trabalhando nos Estados Unidos, surgiu, do aquém e do além, como “grande intelectual” do movimento negro, cuja função era disseminar teorias acadêmicas e reacionárias enquanto o povo negro estava, literalmente, tocando fogo nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd.

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