Está agendada para a próxima terça-feira, dia 3 de outubro, uma paralisação conjunta de trabalhadores da cidade de São Paulo em protesto contra os destrutivos planos de privatização do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, do Republicanos. A mobilização contará com os companheiros que trabalham nos serviços das empresas estatais que no momento estão sob ataque mais intenso do atual governo paulista: o Metrô, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e, mais recentemente, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
A princípio, a paralisação abrangerá as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata do metrô paulistano, bem como todas as linhas ferroviárias da CPTM. Além disso, estão também convocados os trabalhadores das linhas 4-amarela, 5-lilás, 8-diamante e 9-esmeralda do metrô.
Ainda haverá uma assembleia conjunta de trabalhadores das três categorias, marcada para a noite de segunda-feira, dia 2 de outubro, com o objetivo de ratificar a adesão à paralisação. Contudo, a expectativa é que a votação seja apenas simbólica, visto que já há um forte apoio dos trabalhadores à mobilização, confirmando uma opinião geral da população brasileira de grande rejeição à política privatista. Outro ponto que justifica o movimento grevista, corretamente apontado pelas lideranças sindicais que organizam a paralisação, é o caráter antidemocrático das privatizações, uma vez que tais decisões jamais poderiam ser aprovadas sem uma consulta popular anterior.
As privatizações já se mostraram altamente prejudiciais para os interesses dos trabalhadores, não somente dos que atuam nas empresas privatizadas como também dos usuários dos serviços, que tem de conviver com tarifas altíssimas e com a má qualidade dos serviços prestados por capitalistas somente preocupados com seu lucro, retirando da população enormes quantidades de dinheiro que, caso fossem reinvestidas na melhoria do setor público, sanaria muitos dos problemas enfrentados pelos trabalhadores no cotidiano das grandes cidades.
A mobilização mostra mais uma vez a tendência de luta da classe trabalhadora contra os ataques dos capitalistas, que no Brasil encontraram historicamente sua mais forte expressão na política do governo FHC ao nível nacional e do PSDB no estado de São Paulo, ambos fortemente atrelados aos interesses imperialistas. Agora, Tarcisio de Freitas almeja reeditar essa política de exploração dos trabalhadores, reforçando o viés entreguista e anti-nacional da maior parte das lideranças bolsonaristas.
É necessário que todos os setores da esquerda apoiem a paralisação e atuem pela ampliação do movimento em uma greve ampla contra as privatizações que não faça qualquer tipo de concessão às pressões dos patrões e da imprensa burguesa, levantando como palavra de ordem barrar as privatizações e reestatizar as companhias que já foram entregues aos capitalistas. Somente assim os trabalhadores poderão ter êxito.