Segundo Gregório Duvivier, que se envolveu numa discussão pública sobre a indicação de uma mulher negra para a próxima vaga do STF, a posição do Cristiano Zanin sobre a Lava Jato não teria importância nenhuma.
Duvivier disse a Lava Jato é tão pouco importante para a escolha do ministro do STF que é como se fosse um “QR Code de um cardápio”. A comparação, bastante babaca por sinal, serve para mostrar o desprezo que Duvivier e seus aliados ativistas pela “mulher negra no STF” têm pelo processo golpista que destruiu o país no últimos anos.
Pode-se questionar muita coisa sobre Cristiano Zanin, mas fato é que Lula, ao indica-lo, estava preocupado em ter no STF uma pessoa minimamente confiável no que diz respeito às barbaridades anti-democráticas feitas pelo Judiciário. Zanin pode não ser um grande militante esquerdista como as ONGs imperialistas e o funcionário da emissora norte-americana HBO, Gregório Duvivier, mas pelo menos ele manteve até o final a defesa de Lula como seu advogado, contra toda a pressão golpista na época.
Não considerar a preocupação de Lula, que deveria ser a preocupação central de toda a esquerda e de todo o povo, de que se tenha pelo menos alguma garantia contra um golpe de Estado, não é um problema menor. Ao considerar como um problema menos ou até irrelevante para justificar que se deve ter uma “mulher negra no STF”, Duvivier demostra que sua posição não é séria. Trata-se de mera campanha de desestabilização de Lula, uma campanha que vem de uma pseudo esquerda ligada aos interesses imperialistas.
Se Zanin vai ser capaz de fazer a diferença caso haja uma nova investida golpista contra Lula no STF é impossível saber. Mas está muito clara a preocupação de Lula quando o escolheu e qualquer debate sério deveria discutir esse problema.
Quem é essa “mulher negra” que Duvivier e as ONGs querem? Ela vai lutar contra o golpe de Estado? Ela vai suportar a pressão da direita quando esta voltar-se contra o governo como fez em 2016?
Se a posição de Duvivier fosse minimamente séria, seria feito um debate sobre as grandes questões nacionais. Sobre o papel do Judiciário e do STF no golpe, sobre qual deveria ser a política correta em relação ao STF.
A ideia de ter uma “mulher negra” apenas porque se deveria, segundo a mente de alguém, ter uma mulher negra no STF não é séria. A ideia de que a cor da pele ou o sexo faça alguma diferença não é séria e a prova disso está viva: o negro indicado por Lula, Joaquim Barbosa, foi o iniciador do golpe com o processo farsa do mensalão. As duas mulheres atualmente no STF, Rosa Weber e Carmen Lúcia, se colocaram a favor de todas as medidas golpistas.
O que fará a “mulher negra” que Duvivier tanto quer? Ninguém sabe, porque tudo isso não passa de uma campanha de desgaste de Lula usando uma ideologia pseudo esquerdistas. Tudo não passa, também, de uma pressão para que Lula não coloque alguém de sua confiança, como Zanin, na vaga que se abrirá. Uma mulher negra indicada pelos norte-americanos e pela imprensa golpista seria a melhor pedida?
