O portal Sumaúma publicou um artigo, assinado por Eliane Brum, chamado “Se Lula rifar o meio ambiente, seu governo acaba”.
O artigo usa como “gancho” a polêmica sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e a recente reforma ministerial aprovada no Congresso, diante de muita chantagem da direita, que acabou resultando num esvaziamento ds ministérios do Meio-Ambiente e dos Povos Originários.
O artigo trata a absurda decisão do IBAMA de impedir o projeto da Petrobrás de exploração do petróleo como uma “vitória” e afirma:
“Se essa vitória for apagada pelo ataque feito pelo Congresso a Marina Silva e ao Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, ao tirar da pasta áreas vitais, acabou. Não acabou para Marina nem para o ministério. Acabou para o governo Lula, que será rearranjado ao modo da extrema direita, com a boiada passando sobre a Amazônia”.
Se o “fim” o governo Lula dependesse disso, as coisas estariam fáceis. Na realidade, a posição dos pseudo-ambientalistas – e a decisão do IBAMA prova isso – é mais um flanco direitista contra o governo do PT; não o contrário como quer fazer crer o artigo.
Se o “centrão” e a direita bolsonarista pressionam a favor dos interesses particulares dos latifundiários, os “ambientalistas” pressionam a favor dos interesses do imperialismo que, usando como cobertura o meio-ambiente, querem impedir que o governo desenvolva o país.
E a posição desses “ambientalistas” é traiçoeira. Com uma cobertura esquerdista, colocam a culpa em Lula por uma suposta política anti-ecológica, como insinua o artigo.
Se o governo Lula corre algum “risco de acabar”, será caso ele continue cedendo à pressão desse setor do imperialismo.
Nesse sentido, Lula deveria se livrar de Marina Silva, que já mostrou que é uma sabotadora do governo.
O artigo continua, agora lançando mão da antiga ladainha apocalíptica dos ecologistas:
“Se o ataque do Congresso ao futuro das crianças for bem-sucedido, acabou para todas as pessoas, porque a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa não sobreviverão a um segundo governo predatório.”
A ideia de que o mundo vai acabar não é nova. O artigo quer apresentar o problema como sendo científico, embora não dê dados concretos sobre como, quando e porque o mundo vai acabar. na realidade, é uma ideia religiosa, vem da bíblia, mas foi tomada por setores da classe média em várias ocasiões no século XX: a bomba atômica, a superpopulação, as armas químicas, a devastação da natureza, o aquecimentos global. É propaganda imperialista cujo objetivo é produzir o terror nos meios de classe média, para contraolar esse setor da população.
E é justamente esse setor que, com a mente controlada pela propaganda ideológica pseudo-ambientalista, quer que o Brasil abra mão de suas reservas de petróleo.
Para o artigo, “abrir uma nova frente de exploração do grande vilão climático na Amazônia é a pior ideia que um governo poderia ter” e isso seria uma “obviedade”. Mas muito mais óbvio do que as considerações abstratas dos ecologistas é que o mundo inteiro precisa do petróleo para se desenvolver, só o Brasil deveria abrir mão disso.
E mesmo se considerássemos séria a ideia de que o petróleo é igual ao fim do mundo, ainda assim, a política realmente científica seria um estudo sério sobre a exploração sem risco para o meio ambiente. Na verdade, se os pseudo-ambientalistas estivessem realmente interessados no País, proporiam uma alternativa real, não apenas ficariam afirmando que é ruim e ponto.
A matéria faz uma ameaça ao governo do tipo “o Brasil perderá prestígio internacional”. Aqui, fica claro que os interesses dos ambientalistas são movidos pelo imperialismo. É esse o “prestígio internacional” que Lula deveria ter: se arrastar diante da Europa e dos Estados Unidos. ë daí que vem a política pseudo-ambientalista, enquanto esses mesmos países são os que mais utilizam combustíveis fósseis, enquanto petrolíferas desses países exploram o petróleo bem perto da Foz do Amazonas. Um cinismo total.
O prestígio internacional de Lula, se podemos chamar assim, vem de sua política com o bloco anti-imperialista, suas relações com a Venezuela, com a Rússia, com a China, o Irã. Esse é verdadeiro prestígio que Lula pode ter. Com os EUA e a UE Lula só pode esperar é um novo golpe de Estado. E a política desses “ambientalistas” no Brasil, liderados por Marina Silva, mostra que o imperialismo usa todos os flancos para o golpe.