Desfiliação da CBF

Sem o futebol brasileiro, a Fifa não é nada

O futebol brasileiro não deve nada a ninguém

A decisão que derrubou Ednaldo Rodrigues, antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de seu cargo está motivando uma ação da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) contra a organização brasileira.

No último domingo (24), a Fifa e a Conmebol emitiram uma nota oficial conjunta afirmando que estão atentas ao processo eleitoral da CBF. De acordo com o texto, uma comitiva com membros de ambas as organizações estará no Brasil a partir de 8 de janeiro para supervisionar o processo eleitoral da escolha do novo presidente.

O ofício, todavia, ameaça a CBF, afirmando que, caso qualquer decisão seja tomada antes de 8 de janeiro, a entidade brasileira poderá sofrer uma suspensão. A penalidade pode significar até mesmo o veto da participação de clubes e da Seleção Brasileira em torneios internacionais — como o Mundial de Clubes e a Copa do Mundo — por tempo indeterminado.

“Isso também significaria que a CBF, equipes representantes e clubes não teriam mais o direito de participar de qualquer competição internacional ou competição enquanto ela estiver suspensa”, diz um trecho da nota oficial. Até agora, a CBF segue com José Perdiz, mandatário do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como interventor.

Na última sexta-feira (22), André Mendonça, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido de liminar para anular a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que foi quem retirou Ednaldo de seu cargo no dia 7 de dezembro. Ademais, Mendonça solicitou mais informações ao TJ-RJ e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República sobre o caso.

Não é possível saber exatamente o que está por trás da briga envolvendo a presidência da CBF. Afinal, a entidade brasileira é uma caixa-preta, as informações que surgem são, em sua maioria, fofocas. O que se tem de mais concreto é que quem derrubou Ednaldo foi o antigo grupo da CBF de Ricardo Teixeira e de Del Nero, alvos de uma espécie de Lava Jato contra a confederação.

Independente disso, a Fifa e a Conmebol não podem intervir em um processo que diz respeito ao futebol brasileiro. É uma afronta à soberania de nosso esporte: sendo um golpe contra Ednaldo ou não, são os brasileiros que precisam resolver o problema, e não uma entidade estrangeira.

Mais do que isso, fato é que a Fifa e a Conmebol não possuem a autoridade moral suficiente para ameaçar e muito menos penalizar a CBF. Ações desse tipo seriam extremamente prejudiciais para essas entidades porque o Brasil é o país do futebol, é o país que mais ganhou Copas na história, é o país cujos clubes estão dominando a Libertadores há anos.

Deixar a Canarinho fora da próxima Copa do Mundo, por exemplo, instauraria uma crise generalizada que levaria à reversão da decisão em pouquíssimo tempo. Afinal, a Seleção Brasileira é, de longe, a mais popular dentre todas as seleções desde, pelo menos, a década de 50. A maioria do dinheiro gerado por conta da Copa vem, justamente, da popularidade da Seleção.

Consequentemente, a exclusão do Brasil da próxima competição nos Estados Unidos, México e Canadá seria, inclusive, um motivo de protesto por parte destes países que pagaram para sediar a Copa, mas que ficariam sem a principal fonte de renda da competição.

Uma decisão como essa pode, inclusive, prejudicar as transações de jogadores brasileiros com a Europa, o que significaria, fundamentalmente, o fim do futebol europeu. Não é de hoje que os brasileiros são os melhores jogadores nos clubes europeus, basta vermos o caso de Neymar, Vini Jr. e Rodrygo para citarmos alguns exemplos. Até pouco tempo, antes da atual fase de dominação dos europeus nos mundiais, quem dominava era o Brasil, algo que mudou quando os jogadores brasileiros começaram a ir para clubes europeus em maior intensidade por conta da Lei Bosman, de 1995.

Cabe ressaltar que Ednaldo Rodrigues chegou à presidência da CBF após outra “Lava Jato” dentro da instituição. O presidente que o antecedeu foi, inclusive, deposto por meio de acusações de “assédio sexual”, algo amplamente utilizado pelo imperialismo para prejudicar seus oponentes políticos, como Julian Assange. Ou seja, foi muito provavelmente a Fifa que colocou Rodrigues em seu cargo, querendo mantê-lo lá para continuar sua sabotagem ao futebol brasileiro.

No caso da Conmebol, além disso, existem outros interesses em chutar o Brasil de suas competições. Os times brasileiros têm se mostrado a força dominante da Libertadores — ganhamos nos últimos cinco anos! A Conmebol é, fundamentalmente, controlada pela Argentina, país inimigo do futebol brasileiro que, portanto, deve estar pressionando a confederação sul-americana a apoiar esse processo contra a CBF.

É um indício, inclusive, de por que a Argentina foi tão favorecida durante e após a Copa do Mundo de 2022, algo que fica claro também no caso da paparicagem em torno de Messi, que foi jogar nos Estados Unidos, e vem ganhando prêmios sem merecê-los.

No final, o Brasil não precisa de federações como a Fifa e a Conmebol; poderia montar campeonatos independentes com os BRICS, por exemplo, composto por países como Rússia, China, Índia e outros — países que, juntos, possuem mais da metade da população mundial. Seriam competições muito mais justas diante dos absurdos (roubalheira!) que acontecem contra o futebol brasileiro nas competições. 

O futebol brasileiro não deve nada a ninguém, muito menos à Fifa e à Conmebol. Qualquer exclusão da Seleção Brasileira e de times brasileiros de competições internacionais importantes deixaria essas instituições completamente desmoralizadas por retirarem a única superpotência do futebol do mundo de seus campeonatos.

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