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Neoliberalismo

Saques na Argentina escancaram a crise no país

Fracasso do governo direitista de Alberto Fernández joga o povo no desespero e nas mãos da extrema-direita.

Dez dias após as primárias que definiram os candidatos a presidente e vice na Argentina, além de cargos parlamentares, o país enfrenta uma onda de saques a supermercados e lojas. Enquanto membros do governo Alberto Fernández divergem sobre a influência do candidato de extrema-direita Javier Milei nas ações, o fato é que veio à tona a caótica situação econômica argentina. Já passam de 150 registros de saques a comércios em cidades como Mendoza, Córdoba, Neuquén e Buenos Aires.

Acusado por alguns de estimular os saques, Milei associou a onda atual de ataques a comércios com a crise social da virada do século na Argentina. Na ocasião, o fracasso estrondoso da política neoliberal levou o povo às ruas em resposta à miséria imposta pelos capachos do imperialismo. O processo acabou se desdobrando até a eleição de Nestor Kirchner, que foi o expoente argentino da onda de governos nacionalistas na América do Sul. Pouco mais de 20 anos depois, é novamente a política neoliberal que produz crise social no país, mesmo que alguns tenham tentado vender Alberto Fernández como se fosse um esquerdista nas últimas eleições.

Ao capitular diante da perseguição judicial, Cristina Kirchner, herdeira política do falecido marido, entregou a cabeça da chapa para o direitista Fernández. O resultado foi desastroso para a ala nacionalista do Partido Justicialista (Peronista) e o que havia de esquerda no cenário eleitoral foi varrido do mapa, como ficou demonstrado nas primárias no começo do mês. Com uma inflação galopante e sem perspectivas de melhora econômica, a extrema-direita cresce eleitoralmente e o povo argentino parte para o desespero sem organização.

Segundo a imprensa argentina, os saques acontecem em cidades de todo o país, desde Bariloche na Patagônia até Mendoza e Córdoba mais ao norte. Mais de 100 pessoas já foram presas e a crise não parece se aproximar de uma resolução. Enquanto o Ministro da Segurança, Aníbal Fernández, afirma que os saques seriam coordenados, o governo segue sem indicar medidas decididas para aliviar a miséria social dos argentinos. Um contingente absurdo de cerca de 40% da população do país vive na pobreza.

Mesmo que parte dos saques possam ser organizados para afundar de vez o governo de Alberto Fernández, não é possível ignorar que os saques a supermercados são uma tendência natural em situações de crise social como a que ocorre na Argentina. Ao invés de acionar os cães de guarda da polícia, um governo minimamente de esquerda teria a obrigação de assistir o povo do seu país. Para fazer isso, é obrigatório estancar a sangria ao orçamento público imposta pela política neoliberal. Se aproveitando do desespero do povo e da falta de iniciativa do governo, Milei faz demagogia, mas aponta para um caminho de maior aprofundamento no lamaçal do neoliberalismo, que finalmente só vai trazer mais miséria para os argentinos.

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