Depois da operação militar do dia 7 de outubro e a declaração total de guerra por parte de Israel contra o povo palestino, dos combatentes aos bebês, diversos massacres já cometidos pelas forças de ocupação sionistas voltaram à tona na imprensa independente e nas redes sociais, como os casos de Sabra e Chatila, Kafr Qassim e Qibya. São centenas de massacres ao longo da história, e um deles que merece destaque é o massacre de Safsaf.
No turbilhão da Guerra Árabe-Israelense de 1948, no qual países esboçaram uma reação à imposição de um Estado judeu para agir como enclave imperialista no Oriente Médio, diversos crimes de guerra foram cometidos para consolidar não só o território israelense, mas expandi-lo, de forma artificial e forçada, resultando na migração e morte de centenas de milhares de palestinos. O massacre de Safsaf se deu nesse cenário político e ocorreu em outubro de 1948, e teve um papel relevante no deslocamento em massa dos palestinos, conhecido como Nakba.
Localizada no norte de Israel, Safsaf foi uma aldeia palestina na qual houve um extermínio durante a operação Hiram, liderada pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). Em fevereiro do mesmo ano, antes do principal massacre realizado em outubro, pistoleiros, a mando das forças sionistas, se infiltraram na aldeia e plantaram explosivos ao redor das casas, conforme mostram os documentos. O resultado foi a destruição completa de 20 casas com a presença de civis, ceifando a vida de cerca de 60 aldeões. Moshe Kelman, um militar israelense, afirmou que a “Operação Safsaf não foi uma ocupação militar em plena luz do dia, mas sim uma operação noturna de ataque e fuga baseada em uma rápida incursão no território do inimigo, surpreendendo-o e atingindo-o”. Vale ressaltar, que para o pútrido nazista que dizimou famílias, o “inimigo” eram civis que cometiam o erro de, simplesmente, existirem e sobreviverem.
O chefe do Haganá, Yisrael Galili, teve uma fala ainda mais abjeta, defendendo a “operação” e afirmando que foi feita para ocupar a aldeia, tendo obtido um resultado positivo, pois a “capturou facilmente, tendo a unidade realizado assassinatos em massa na aldeia como resultado”.
Estima-se que dezenas a centenas de homens, mulheres e crianças palestinas tenham sido mortos, mas é difícil precisar a quantidade exata devido ao fato dos documentos oficiais de Israel não serem abertos aos historiadores ou pesquisadores. Testemunhos da época narram execuções em massa, inclusive, quando a ordem de expulsão da aldeia foi dada.
O massacre de Safsaf é apenas mais um capítulo sombrio em um período de intensa luta e deslocamento. A Nakba testemunhou a expulsão forçada de centenas de milhares de palestinos de suas terras, resultando em um êxodo em massa e um profundo trauma que ainda ressoa na sociedade palestina, inspirando sua heroica luta de resistência.
Este evento histórico, e outros similares, não podem ser dissociados da discussão atual sobre a ocupação e o conflito, pois a política de ocupação contínua das terras palestinas, o crescimento dos assentamentos e o aumento do genocídio têm alimentado um ciclo interminável de perdas de vidas de palestinos.
É crucial reconhecer e lembrar os acontecimentos trágicos como o massacre de Safsaf para que se possa entender a barbaridade nesse conflito e se buscar uma solução justa e duradoura: o fim do Estado de Israel. Combater a política de ocupação requer um compromisso renovado com o Hamas, a Jiade Islâmica e todos os que atuam na resistência armada e heroica contra as forças sionistas.