A política de sabotagem por parte de Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, escolhido por Bolsonaro em 2021, contra o governo Lula se escancarou neste segundo mês de governo. Segundo a própria articulista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, “o presidente Lula e ministros de seu governo consideram que o presidente do Banco Central, Roberto Campos, traiu a confiança que o governo depositava nele para dialogar e participar de um esforço conjunto para que o Brasil supere os problemas econômicos que hoje enfrenta sem passar por uma recessão. No entendimento do mandatário e de sua equipe, o governo atual, com pouco mais de um mês no poder, não tem responsabilidade sobre o déficit fiscal e a inflação, que impulsionam as taxas de juros. E mereceria um voto de confiança em seu compromisso de levar o rombo para 1% neste ano, e de zerá-lo em 2024”
A notícia dada por uma das principais colunistas da imprensa burguesa, serve para deixar claro a política de sabotagem em torno do Banco Central. O BC é independente desde 2021, quando foi colocado pelo regime golpista nas mãos dos banqueiros da iniciativa privada. Não suficiente, o mandato de Campos Neto, escolhido por Bolsonaro, terá duração até o fim de 2024, dois anos após o início do governo Lula.
Sua política oficial está sendo a de aumento das taxa básica de juros (Selic), que já operava em 13,75%, números extremamente altos. Agora, está cada vez mais difícil a recuperação do crédito e da atividade econômica no País, o que vai justamente na contramão da política de Lula, que é a de industrialização. Enquanto o BC for independente, o golpismo irá atuar para afundar o Brasil na recessão, algo que seria trágico para o plano de desenvolvimento econômico do governo eleito.
Lula já fez duras críticas a Campos Neto, mas agora é necessário acabar com a autonomia do BC. É preciso tirar o poder das mãos dos banqueiros, e o governo ter total controle sobre a moeda nacional. Este problema está diretamente relacionado com a política de industrialização nacional anunciada por Lula.