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Em Moscou

Rússia e China fortalecem aliança contra o imperialismo

Xi Jinping visitou Vladimir Putin esta semana

Nos dias 20 a 22 de março de 2023, Xi Jinping (Presidente da República Popular da China e Secretário Geral do Partido Comunista Chinês) esteve de visita à Rússia, a convite do presidente russo Vladimir Putin.

A visita resultou em um total de 14 documentos firmados entre os mandatários e os respectivos países, inclusos acordos, protocolos, memorandos e duas declarações conjuntas, segundo informações do Crêmlin.

Em um momento de enfraquecimento do bloco imperialista, em especial de seu principal ator, os Estados Unidos da América, Rússia e China buscam estreitar suas relações nos âmbitos econômico, político, social e militar, relações estas descritas como sendo estratégicas.

Ademais, as duas nações se comprometeram a construir um mundo “multipolar”, uma ilusão se o sistema capitalista internacional não for demolido.

Nesse sentido, vejamos a declaração de Vladimir Putin:

Rússia e China buscam uma política externa independente e soberana. Trabalhamos conjuntamente para criar uma ordem mundial multipolar, mais justa e democrática, a qual deve ser ancorada no papel central das Nações Unidas, em seu Conselho de Segurança, no direito internacional e nos propósitos e princípios da carta das Nações Unidas.

Seguindo linha de raciocínio semelhante, embora mais discreta e evasiva (aos moldes históricos dos membros Partido Comunista da China), mas não menos clara, segue a declaração de Xi Jinping:

O lado Chinês prestou bastante atenção em promover as relações Sino-Russas, pois elas têm sua própria lógica histórica e nós somos dois países vizinhos de grande importância. Somos parceiros em interação e cooperação estratégica, e esse status determina a relação de proximidade entre nossos países.

De fato, nossos países compartilham muitos objetivos sobrepostos ou similares na medida em que sigamos em frente.

Ambos nossos países estão fazendo grandes esforços para alcançar nossos objetivos de desenvolvimento e prosperidade. Por exemplo, estabelecemos o objetivo de atualizar o modelo chinês. A Rússia também estabeleceu objetivos ambiciosos para seu próprio desenvolvimento. Estou confiante que nossa cooperação e interação irá definitivamente nos ajudar a alcançar esses objetivos.

Sou também bastante grato pelo fato de que, durante os anos, no que diz respeito ao desenvolvimento e construção da China, você sempre teve uma atitude positiva em relação a nós, apoiando-nos. Naturalmente, somos gratos a você por isto.

Na medida em que continuamos a promover a cooperação estratégia internacional Sino-Russa, devemos alcançar o objetivo de garantir justiça e igualdade no mundo, ao mesmo tempo em que também devemos alcançar um maior desenvolvimento em nossos respectivos países, durante o processo.

Documentos e Acordos Firmados

Dentre os inúmeros documentos e acordos firmados entre os dois países, estão inclusos protocolos direcionados ao fortalecimento da cooperação em pesquisas científicas.

Um programa de cooperação em longo prazo foi firmado entre a Rosatom e Agência Chinesa de Energia Atômica, no que diz respeito a reatores de nêutrons e energia nuclear.

Foi firmado também um acordo de cooperação para a produção de programas de TV em parceria, sendo que as agências de notícias Tass e Xinhua igualmente acordaram na troca de informações.

Além disso, é importante destacar a cooperação energética entre os dois países.

No começo da semana, a Gazprom anunciou um fornecimento recorde de gás natural para a China, através do gasoduto “Poder da Sibéria”, fornecimento este que excedeu significativamente as obrigações contratuais diárias.

À luz desse acontecimento e, é claro, do crescente antagonismo dos Estados Unidos em relação a China e Rússia, ambos os países decidiram firmar um mega acordo energético durante a visita de Xi Jinping à Rússia.

O mega acordo consiste na construção de um novo gasoduto, o “Poder da Sibéria 2” que deverá fornecer 50 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente (em oposição aos 38 bilhões fornecidos pelo “Poder da Sibéria”). Um volume que suplantaria completamente a rede de energia Nord Stream, segundo Aleksandr Novak, vice-primeiro-ministro russo. O novo gasoduto deve alcançar a China através da Mongólia, e contar com uma extensão de 5,111km.

Em outro importante acordo firmado, a Rússia apoiou o uso do yuan chinês nas transações entre Rússia e países da Ásia, África e América Latina, mostrando uma maior independência do sistema monetário estabelecido pelo imperialismo e, por conseguinte, um forte golpe nele. Vejamos a declaração de Putin:

Somos a favor do uso do yuan chinês em transações entre a Rússia e países da Ásia, África e América Latina. Tenho certeza de que essas formas de pagamentos se desenvolverão entre parceiros russos e colegas de países terceiros em yuans

Por fim, sobre os documentos assinados, seis memorandos adicionais abordaram questões referentes a comércio, agricultura, silvicultura, proteção aos consumidores e a infraestrutura russa no extremo oriente.

Sobre a Ucrânia

À respeito da Ucrânia, Vladimir Putin elogiou a proposta de paz feita pela China no mês anterior, dizendo que vários de seus elementos “podem ser tidos como uma base para um acordo de paz quando o Oeste e Kiev estiverem pronto para isto”.

Contudo, Putin apontou que nem a Ucrânia e nem o “Oeste”Ocidente” (leia-se: o Imperialismo) possuem interesse em discutir a paz.

O presidente Xi Jinping, por sua vez, declarou que “Estamos sempre preparados para a paz e o diálogo, e nos mantemos firmes no lado certo da história”.

Mais um golpe em um regime imperialista já bastante enfraquecido

A visita de Xi Jinging à Rússia, nas atuais circunstâncias, configura-se como mais uma afronta e demonstração de que o imperialismo vai perdendo poder e força sobre os países oprimidos do mundo.

O imperialismo já vinha bastante debilitado desde a derrota no Afeganistão em 2021 e o progressivo revés da Ucrânia.

Agora os países imperialistas, inclusive os Estados Unidos, vêm enfrentando uma perigosa crise econômica interna, com a falência de inúmeras e importantes instituições bancárias, crise esta que pode levar o coração do capitalismo mundial à recessão econômica.

Na Europa, por sua vez, a classe operária vem se insurgindo progressivamente contra as políticas neoliberais e contra o apoio que seus governos dão à Ucrânia, enquanto deixam o povo europeu a Deus-dará. Na França, a crise é extremamente aguda, com intensas mobilizações operárias neste exato momento contra a reforma da previdência de Emmanuel Macron.

O enfraquecimento do imperialismo também vem se manifestando no Oriente Médio. Vemos isto na aproximação da Arábia Saudita e do Irã, mediada e estimulada pela China.

Por todo lugar onde se olha, o imperialismo vem perdendo o controle de seu poder ditatorial.

E agora, a visita de Xi Jinping à Rússia vem em momento oportuno para acelerar esse processo, podendo auxiliar os demais países atrasados a adotarem uma política independente em relação ao imperialismo e a se libertar de suas garras.

É claro, é necessário frisar: disto não irá surgir um mundo “multipolar”, como este jornal já apontou em outras ocasiões.

A tendência é que, ferido de morte, o imperialismo ficará mais agressivo. Mais do que nunca se viu. Provavelmente será o imperialismo em sua forma mais violenta, pois será o imperialismo mais próximo de sua débâcle.

Contudo, novas oportunidades se abrirão. Em seu desespero de animal ferido, a frequência dos erros do imperialismo se acentuará cada vez mais, e um período de revolução chegará, para enterrá-lo de vez.

Assim, não é um mundo multipolar que irá surgir eventualmente. Apenas a Revolução Socialista Mundial poderá tirar a humanidade dessa crise, enterrando o imperialismo de vez.

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