A Rússia vê como um dos principais objetivos do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS proteger as relações comerciais e econômicas dos Estados-membros da influência das sanções ocidentais, afirmou o premiê russo Mikhail Mishustin no fórum sino-russo em Xangai, nesta terça-feira (23).
Na terça-feira, em Xangai, o primeiro-ministro russo se reuniu com a presidente do NBD, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.
“Você é a chefe do banco em um momento difícil, durante um período de transformação do comércio mundial, sistema econômico e financeiro. […] Estamos convencidos de que a reinicialização do banco, que você começou, será bem-sucedida, e isso permitirá que você adapte seu trabalho a novas realidades, enfrente com sucesso os desafios modernos“, disse Mishustin durante a reunião.
O сhefe de governo da Federação da Rússia expressou a esperança de que o bom funcionamento do banco contribuirá para o fortalecimento da cooperação econômica e de investimento no formato BRICS e dará impulso à promoção de projetos promissores em vários campos.
“Isso, por sua vez, permitirá criar novos pontos de crescimento das economias nacionais dos ‘cinco’ Estados”, destacou o premiê russo.
Ele também expressou a esperança de que, sob a liderança de Dilma Rousseff, o Novo Banco de Desenvolvimento possa desempenhar com sucesso suas funções, o que é necessário principalmente para aumentar sua credibilidade internacional e expandir suas operações, inclusive na Rússia.
Por sua vez, Dilma lembrou que a Rússia estava na origem do Banco BRICS e assegurou que o banco “está comprometido em cumprir suas obrigações com todos os membros fundadores, incluindo a Rússia”. Ela também enfatizou que “tem uma posição muito clara sobre as sanções”.
Tocando no tema das sanções ocidentais, Mikhail Mishustin observou que os detratores da Rússia não conseguiram quebrar sua economia.
“No ano passado, a Rússia foi submetida a sanções em uma escala sem precedentes. Seu objetivo era quebrar nossa economia, colapsar a moeda nacional e provocar inflação destrutiva. Atingir o padrão de vida dos cidadãos comuns. Nada que nossos detratores sonhavam aconteceu”, disse ele.
Ele acrescentou que a Rússia não só sobreviveu, mas continuou seu desenvolvimento progressivo.
Contra o pano de fundo da pressão econômica ocidental, a Rússia continuou a impulsionar sua cooperação com a China, e isso fortalecerá as economias de ambos os países, apontou o primeiro-ministro.
“Estou convencido de que o aprofundamento da interação sino-russa e o aumento da cooperação também terão um impacto positivo no fortalecimento das economias de ambos os países“, disse ele.
Além disso, o premiê russo acrescentou que a Rússia está pronta para cooperação com a China em várias esferas. Assim, ele declarou que é importante para a Rússia e a China combinar recursos para criar produtos competitivos e acessíveis, tendo a cooperação industrial e tecnológica particular importância.
Segundo ele, a interação ativa dos dois países nessa direção permitirá alcançar bons resultados.
A Rússia e a China precisam trabalhar mais ativamente para facilitar o acesso mútuo aos mercados agrícolas e fortalecer a segurança alimentar juntas, acrescentou o primeiro-ministro.
Mishustin também disse que a expansão do tráfego aéreo e o uso ativo do potencial da Rota do Mar do Norte são uma área prioritária da cooperação Rússia-China.
“Entre outras prioridades está a expansão dos serviços aéreos. E, é claro, o uso mais ativo do potencial da Rota do Mar do Norte – como a rota mais curta da Ásia para a Europa“, enfatizou Mishustin.
A Rota do Mar do Norte é a via navegável mais curta, de extensão de 5.600 km, entre a parte europeia da Rússia e o Extremo Oriente, localizada nas águas territoriais e na zona econômica exclusiva da Rússia.
Fonte: Sputnik
