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A Questão Palestina

Rui Pimenta demonstra horrores contra palestinos durante Nakba

Repleto de assassinatos, estupros, torturas, corrupção e até mesmo crimes comuns, o episódio conhecido como "A Catástrofe" desempenhou um papel crucial na consolidação de "Israel"

Denominado como “al-Nakba” pelos palestinos – palavra árabe traduzida como “A Catástrofe” em português – representa um capítulo assombroso na história recente, marcado pela expulsão de aproximadamente 700 a 800 mil árabes de suas terras. Este período dramático, repleto de assassinatos, estupros, torturas, corrupção e até mesmo crimes comuns, desempenhou um papel crucial na consolidação de “Israel” no território árabe. O presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, trouxe destaque a esse tema durante sua aula no curso “A Questão Palestina”, promovido pela Universidade Marxista.

A exposição de Pimenta baseou-se nas informações contidas na obra A Limpeza Étnica da Palestina, escrita pelo historiador israelense Ilan Pappé. Este autor lança luz sobre aspectos desconhecidos pelo grande público, evidenciando a natureza criminosa da ocupação sionista no Oriente Médio. Pappé destaca o período pós-Primeira Guerra Mundial, quando os palestinos enfrentaram propostas do Império Britânico, agora seus colonizadores, para dividir não apenas o território, mas também a estrutura política com os sionistas.

A insistência do imperialismo britânico em estabelecer uma distribuição “equitativa” entre judeus e palestinos, apesar da vasta discrepância numérica em favor destes últimos, sinalizou que o Estado judeu não seria resultado de uma diplomacia honesta, mas sim de uma imposição. A desconfiança palestina atingiu um ponto crítico, até que, em 1936, durante a revolução árabe, a presença militar britânica na Palestina superava a destacada para a Índia.

Quando Israel foi estabelecido em 1948, já havia ocorrido um extenso e violento processo de ocupação do território árabe pelos judeus. O terror, com base nos métodos aprendidos pelos fascistas e nazistas, emergiu como a única alternativa para a implementação do projeto sionista. Até 1918, quando a compra de terras era o método predominante, os judeus representavam não mais que 5% da população total, vivendo em colônias e sem causar grande impacto. Contudo, a tomada do país pelos judeus e a expulsão dos palestinos, delineada pelos fundadores do sionismo antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, tornou-se evidente.

A revolução árabe de 1936 foi brutalmente reprimida pelos britânicos, preparando o terreno para a ação sionista. Com a derrota dos árabes e a vitória sionista, liderada por David Ben-Gurion, os futuros israelenses pressionaram a Grã-Bretanha para tomar controle total do território palestino.

Após a Segunda Guerra Mundial, a mediação entre o movimento sionista e o povo palestino passou das mãos britânicas para as Nações Unidas. Em 29 de novembro de 1947, a ONU aprovou o Plano de Partilha da Palestina, contando com o apoio entusiasmado da União Soviética. Esta medida, apesar dos protestos árabes, concedeu aos sionistas um território superior ao palestino, configurando um roubo percebido pelos árabes.

No cenário tumultuado da Guerra Árabe-Israelense de 1948, marcada pela resistência à imposição de um Estado judeu no Oriente Médio, uma série de crimes de guerra foi perpetrada para consolidar e expandir o território israelense, resultando na morte e migração de centenas de milhares de palestinos. Um desses episódios sombrios foi o massacre de Safsaf, ocorrido em outubro de 1948, durante a operação Hiram, liderada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).

Em Safsaf, localizada no norte de Israel, pistoleiros a serviço das forças sionistas infiltraram-se na aldeia em fevereiro do mesmo ano. Plantaram explosivos ao redor de casas, resultando na destruição de 20 residências com civis, ceifando a vida de cerca de 60 aldeões. Moshe Kelman, militar israelense, descreveu a operação como noturna, baseada em ataque e fuga, visando surpreender e atingir o inimigo, que, neste contexto, eram civis inocentes.

O líder do Haganá, Yisrael Galili, defendeu a operação, destacando que foi planejada para ocupar a aldeia, logrando êxito ao capturá-la facilmente, mas resultando em assassinatos em massa. Estima-se que centenas de homens, mulheres e crianças palestinas tenham sido mortos, sendo difícil precisar o número exato devido à falta de acesso a documentos oficiais israelenses.

O massacre de Safsaf insere-se em um período de intensa barbárie e da expulsão forçada de centenas de milhares de palestinos de suas terras. Este evento, junto a outros semelhantes, é parte integrante da discussão atual sobre a ocupação e o conflito na região. A política contínua de ocupação, o crescimento de assentamentos e o aumento do genocídio têm contribuído para um ciclo interminável de perdas de vidas palestinas.

O estudo de tragédias como o massacre de Safsaf é crucial para compreender a brutalidade desse conflito. Para efetivar o plano da fundação do Estado judeu, uma operação de “limpeza étnica” era necessária, permitindo aos sionistas estabelecer-se e neutralizar a reação árabe, o que seria fundamental para a manutenção de mais de 75 anos da mais brutal e monstruosa opressão da história moderna. Uma história propositalmente escondida pela propaganda imperialista e sionista, mas levada ao público pelo curso de formação política do PCO, que retorna hoje para sua aula final.

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