O programa Análise Internacional nº 153, transmitido simultaneamente nos canais do Diário da Causa Operária e do Arte da Guerra, começou comentando as declarações do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, em recente visita à Ucrânia. Ele defendeu o ingresso do país na Otan e a manutenção do apoio militar que ela vem recebendo da organização.
Segundo ele, “o lugar da Ucrânia é na Otan e todos os aliados concordam com isso. Ao mesmo tempo, o objetivo principal da aliança é garantir que a Ucrânia continue sendo uma nação democrática, soberana e independente”.
O comandante Robinson iniciou o debate resgatando a trajetória do secretário-geral da Otan: “Primeiro, vamos dizer quem é o Stoltenberg? Ele foi primeiro-ministro da Noruega, exerceu diversos cargos no governo norueguês, mas é uma pessoa que fez toda a carreira ligada a ONGs ambientalistas”. Em seguida, relativizou a importância da declaração lembrando que se trata de uma figura em final de mandato, ou seja, que não vai precisar sustentar esse posicionamento em relação à Ucrânia.
Rui concordou e pontuou que “é uma declaração agressiva, responde aos interesses de determinados setores do complexo industrial norte-americano, mas não tem um consenso pra isso, porque se a Ucrânia ingressasse na Otan durante a guerra, ela teria que assumir a guerra diretamente contra a Rússia. Isso aí ninguém vai querer, as consequências disso seriam imprevisíveis, por isso os alemães já protestaram. Eles não querem passar por uma coisa dessas”.
Em seguida, analisaram a tentativa da burguesia em emplacar um candidato republicano alternativo a Donald Trump, que representa uma fratura no sistema político norte-americano. Rui destacou como a perseguição judicial a Trump acabou fortalecendo sua candidatura, alertando para a possibilidade disso se repetir no Brasil: “o caso Trump está mostrando o que não fazer no Brasil em relação a Bolsonaro”. Explicando que “a perseguição judicial contra o seu inimigo eleitoral não é uma coisa que vai dar bons resultados”. Farinazzo concordou dizendo que “mesmo que ele tivesse o melhor publicitário o mundo, esse cara não ia conseguir imaginar um golpe publicitário tão legal”.
Farinazzo seguiu discorrendo sobre os gastos militares dos Estados Unidos e o contraste com um aparente atraso em determinadas áreas quando comparados com as mesmas áreas militares de Rússia e China. Algo que o comandante já havia assinalado e que é discutido no país, que é o mal uso das gigantescas verbas retiradas do orçamento norte-americano.
Além desses temas, os analistas discutiram a pré-candidatura do democrata Robert Kennedy Jr. e a divisão dentro do Partido Democrata, a saída do autoproclamado e fracassado presidente Juan Guaidó da Venezuela, a situação eleitoral na Argentina após o “nacionalismo aguado” de Alberto Fernandes e muito mais. Não fique por fora desse importante resumo do panorama internacional, que tem implicações diretas na situação política brasileira.