Nesta terça-feira (3), os companheiros Rui Costa Pimenta, Francisco Muniz e Henrique Áreas estiveram presentes na Rádio Causa Operária para comentar os principais acontecimentos da semana até então. No dia que a Petrobrás completa 70 anos, este foi um dos temas destacados pelos companheiros, mas não o único.
Greve contra as privatizações
Conforme pontuou o companheiro Rui, “a luta contra a privatização é uma luta importante”. Na mesa, ele pontuou que a privatização é um dos principais mecanismos da burguesia que tem feito o país retroceder no tempo em termos de desenvolvimento. “A privatização da Vale, da Petrobras, da Eletrobras, da Siderurgia Brasileira… Essas privatizações significam que o povo brasileiro criou um enorme patrimônio e que esse patrimônio foi dado de presente para os capitalistas, sobretudo para os capitalistas estrangeiros. O Brasil produz fortunas incalculáveis e esse dinheiro vai parar no bolso de estrangeiros que moram fora do país.”
No entanto, apesar do caráter positivo de sair da paralisia do movimento sindical, o presidente nacional do PCO destaca: “os sindicatos deveriam ter um plano de lutas”. Enquanto os metroviários aprovaram uma greve de 24 horas, é preciso que fique claro: apenas ela não mudará em nada nas reivindicações dos trabalhadores. “Deveria culminar em uma paralisação total”, sendo que mesmo uma paralisação total já seria pouco. “Se é uma luta contra a privatização, deveria haver uma imensa campanha política junto à população contra as privatizações. Não estou vendo isso”, desabafou o companheiro, ressaltando que “corre o risco dessa greve ser algo apenas para parar na imprensa e para ser capitaneada por algum candidato”. Os apresentadores ressaltaram que o Partido fará um balanço da greve posteriormente, dando destaque que, na situação atual, “há uma tendência dos trabalhadores à luta, só que não há um plano de lutas consistente e coerente da parte dos sindicatos.”
Petrobrás
Sobre os 70 anos da Petrobrás, o companheiro Rui destacou que existem dois problemas atualmente quando olhamos tanto a situação da empresa, como a questão do petróleo nacional. Confira:
“O primeiro grande problema é que os tais ecologistas, e vamos deixar claro que não temos nada contra a preservação do meio-ambiente, são financiados pelo estrangeiro. Isso tem que ser combatido. É uma política anti-nacional. Eles não querem que o Brasil explore o petróleo. De modo geral, uma das causas dos ecologistas é lutar contra o desenvolvimento nacional. Lutaram contra Belo Monte, lutam contra as ferrovias… E aqui apareceu a contradição que o IBAMA proibiu a pesquisa do petróleo na Margem Equatorial. Seria preciso, nesse caso, haver uma lei que fale que a ecologia vem, na melhor das hipóteses, em segundo lugar diante dos problemas cruciais da política econômica nacional e da política de segurança nacional. É preciso explorar o petróleo onde tem o petróleo.
O segundo problema é o seguinte: o petróleo tem que ser estatal. É preciso uma segunda campanha de ‘o petróleo é nosso’. Ele tem que ser explorado por brasileiros e o lucro tem que ir para as necessidades do desenvolvimento nacional e para melhorar as condições de vida do brasileiro. E só. O lucro não deve ir para bolso de acionista nenhum. O acionista quer ganhar dinheiro? Compra ações da Arábia Saudita. Aqui não! A Guiana está explorando o petróleo na Margem Equatorial e eles já têm uma produção de petróleo equivalente a 78% da produção brasileira. Eles estão explorando só ali e o Brasil tem a Bacia de Campos, o Pré-Sal e muito mais. Só aí a gente vê que estão obstaculizando muito o Brasil.”
Outros
A respeito dos 3 bilhões redirecionados por Dino à segurança pública do Rio, é válido destacar a seguinte questão: não há nada indo para garantir a segurança dos moradores do Estado, mas sim no aumento da repressão. Sobre isso, o companheiro Rui destacou que “você teria que ter um plano de investimento nas comunidades do Rio de Janeiro que tirasse a população da miséria. Que criasse bons empregos. Esse dinheiro vai ser utilizado para fortalecer os grupos que se opõem ao PT, mais nada. Vão prender um traficante ou dois e pronto. As milícias, que dominam as favelas no Rio, não vão ser confrontadas. É uma política besta, deveriam gastar esses 3 bilhões de reais em coisas mais úteis.”
Ainda sobre isso, Rui destacou o seguinte problema da política do Partido dos Trabalhadores:
“O problema do PT é que é uma política de voo de galinha. Eles levantam, batem a asa, dão a impressão de que vai voar, mas não acontece nada. Você percebe isso pela propaganda. Eles apresentam o que aconteceu até agora como uma grande conquista, mas não aconteceu nada. É tudo coisa miúda, sem nenhuma grande conquista. É um problema isso daí.”
A Análise Política da 3ª ocorre toda terça-feira, às 12:00, no canal da Rádio Causa Operária.