Começou ontem (22) a 15ª Cúpula dos BRICS – bloco econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No mesmo dia, aconteceu também mais uma edição da tradicional Análise da 3ª, programa em que Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), comenta os acontecimentos mais importantes do meio da semana. O programa é transmitido pelo canal da Rádio Causa Operária, no YouTube, e não poderia ter outro tema central que não o evento na África do Sul.
Para o dirigente marxista, “objetivamente, os BRICS se organizam contra a dominação econômica e política do imperialismo”. Apesar disso, trata-se de um bloco com uma série de limitações e que não se propõe, abertamente, a atuar como um bloco de oposição política às grandes potências mundiais. A declaração do presidente Lula de que os BRICS não pretendem se opor ao G7 revela isso claramente – por mais que os países oprimidos estejam se agrupando de maneira relativamente independente, eles não querem assumir uma postura pública de hostilidade aos Estados Unidos e à União Europeia, o que poderia provocar retaliações.
O presidente do PCO também considerou importante “desfazer uma confusão” que decorre da análise imprecisa sobre o agrupamento dos países oprimidos. É comum aparecer a tese de que estaríamos caminhando para um mundo “multipolar” – ou, em outras palavras, que a ordem mundial seria “reformável”. “É a ilusão da reforma do capitalismo nacional transplantado para um cenário internacional. Isso não é vigente porque é absolutamente claro que só uma revolução vai mudar essa situação. Ninguém vai ceder o poder que tem porque os países apenas se organizaram”.
Embora haja muita cautela, em especial de países como o Brasil, que está em uma situação mais vulnerável do ponto de vista político e econômico que a Rússia e a China, todos os membros dos BRICS têm a consciência de que há um enfrentamento em curso. E, por isso, Rui Costa Pimenta afirma que “temos que apoiar todas as medidas progressistas, destacando a limitação dessas medidas. Seria um equívoco apontar toda essa movimentação toda como tendo resolvido o problema da dominação imperialista sobre o mundo. Isso é simplesmente alimentar ilusões”.
O segundo tema analisado pelo presidente do PCO foi a pesquisa realizada pelo jornal de direita Gazeta do Povo sobre o conhecimento dos parlamentares acerca do bloqueio das contas do Partido, ocorrido no ano passado sob ordens do ministro Alexandre de Moraes. Segundo a pesquisa, um número expressivo de parlamentares governistas ignoravam o caso. “É preciso ver ver o que eles estão chamando de parlamentar de esquerda. Tem, por exemplo, o PSB que não se preocupa com nada. Não é que não se preocupa com o PCO. Ele [o partido] só se preocupa com o interesse dos seus patrocinadores. É curioso, mas acho que é justificável”.
Rui então partiu para o debate sobre a decisão recente do Supremo Tribunal Federal em tornar ofensas contra homossexuais equivalente à injúria racial. “É grave, apesar de ser uma coisa que acontece todos os dias. Desse jeito, deveria fechar o Congresso Nacional, pois não tem mais serventia. O STF faz a Lei”. Segundo Pimenta, o País estaria virando um “negócio absurdo, bizarro, ridículo”. O presidente do PCO ainda lembrou que, enquanto isso, os índios do Mato Grosso do Sul estão sendo expulsos de suas terras por pistoleiros.
Entre vários outros temas que se seguiram, Rui Costa Pimenta ainda explicou em detalhes qual a posição do PCO em relação ao governo Lula e as eleições no Equador. Para ficar por dentro de tudo, assista à edição de ontem (22) da Análise da 3ª: