De acordo com dados do Ministério Público Federal (MPF) em Roraima, a taxa de mortalidade infantil entre os ianomâmis é seis vezes maior do que a do Brasil e pode ser comparada aos números de nações da África Subsaariana, que compõem os piores índices da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde o dia 20 de janeiro, o governo federal determinou estado de emergência em saúde pública nas terras ianomâmi, na Amazônia, por conta da alta de casos de desnutrição infantil, malária e problemas de abastecimento.
Dário Kopenawa, filho do xamã Davi Kopenawa e liderança ianomâmi, deu a seguinte declaração para o jornal O Estado de São Paulo: “Somos abandonados. Já alertamos há muitos anos sobre essa crise humanitária e de saúde”.
Sobre a atual situação dos indígenas, Paulo César Basta, médico e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, relatou: “Cem óbitos no total do País vão representar pouco. Há que se considerar a realidade local, as características históricas e culturais, mas a taxa permite comparar a realidade de regiões igualmente ruins”.