Recentemente, Robert Kennedy Jr. anunciou que sairá como candidato nas eleições primárias do Partido Democrata para presidente, em oposição ao Joe Biden e descontentando membros de sua família.
Kennedy Jr., filho de Robert Kennedy e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, apareceu constantemente na imprensa burguesa durante a pandemia devido às suas críticas sobre a forma como a gestão Biden lidava tanto com a própria pandemia, quanto com as liberdades democráticas. Em discurso, ele já afirmou uma vez que é esse o legado que será deixado sobre “o que se faz diante de uma pandemia”. Segundo o pré-candidato, o recado do governo americano é que “a primeira coisa é acabar com a liberdade de expressão e matar a Constituição.”
Desagradando luminares de seu partido, da burguesia e de sua própria família, Kennedy Jr. passou a ser acusado de ser anti-vacina à espalhar informações falsas, tendo ele mesmo já declarado ser favorável às vacinas e contra, somente, a sua obrigatoriedade. Crítico, também, à postura do governo sobre a guerra da Ucrânia, ele, na prática, é mais uma pedra no sapato de Joe Biden – agora em nível eleitoral.
Como pontuou o companheiro Rui Costa Pimenta na Análise Internacional, “Biden começou o mandato perdendo o controle catastroficamente do Afeganistão, foi desafiado pela Rússia e desafiado pela China, foi abandonado pela Arábia Saudita, o Brasil está se colocando contra ele e a situação interna americana está extremamente ruim”. Se a situação para o atual presidente americano já era péssima, a entrada de Kennedy Jr. na disputa do Partido Democrata é mais um problema, pois o que vinha sendo discutido já era o enfrentamento com o ex-presidente, Donald Trump, nas eleições gerais.
A candidatura de Trump, inclusive, age como um grande indicador da realidade da política dos Estados Unidos, mostrando que a crise do imperialismo norte-americano vai continuar por um longo período. Se ele ganhar a eleição, a crise será muito profunda, assim como se ele não ganhar – cenário em que a crise que vai continuar como continuou quando Biden venceu na eleição passada.
Se Trump estremece a disputa no âmbito geral, a aparição de um Kennedy pode agitar o ritmo das eleições primárias democratas, sendo Bobby, como ele é chamado, o último de sua família a entrar na política, que conta com seus diversos irmãos, primos e outros membros que se aproveitaram do sobrenome que carregam para fazer carreira em cima de tal popularidade.