O curso “A Questão Palestina” volta a ser realizado nesta terça-feira (19), nos estúdios da Causa Operária TV, na rua Serranos, número 90, no bairro da Saúde, em São Paulo. Após abordar a história do Oriente Médio desde o fim do Império Romano, passando pela Revolução Árabe do século VI, sua decadência posterior e a Primeira Grande Guerra, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, continuará a aula final, tratando da “al-Nakba” (palavra em árabe traduzida como “A Catástrofe”, em referência ao expurgo de árabes da Palestina), das guerras árabe-israelenses e os conflitos atuais.
No primeiro dia do curso, o dirigente do PCO explicou como o Império Britânico apoiou os sionistas e seu projeto de estabelecer o Estado de “Israel” na Palestina, abordando também as razões desse apoio. Antes da explicação, foi esclarecido que uma das concepções iniciais de Theodor Herzl, o fundador do sionismo, era criar uma “Rodésia Judaica”. Em outras palavras, almejava-se uma versão judaica da África do Sul, evidenciando que a intenção de estabelecer um Estado judaico supremacista sempre foi uma parte essencial do sionismo, onde apenas os judeus seriam considerados cidadãos. Vale ressaltar que a Rodésia (atual Zimbábue) era um regime colonial britânico, liderado pelo burguês Cecil Rhodes, onde prevalecia um sistema de apartheid semelhante ao da África do Sul, com a população local negra subjugada em relação aos colonizadores.
Ainda no primeiro dia, Rui esclareceu o papel criminoso da Organização das Nações Unidas em realizar o Plano de Partilha, quando o território palestino foi retalhado, à revelia de qualquer interesse que não fosse o do imperialismo. Embora possa ter havido incertezas naquela época, hoje é indiscutível que a ONU é uma entidade controlada pelo imperialismo, especialmente pelos Estados Unidos. Ele afirmou categoricamente: “O que é a ONU? A ONU é os EUA.”
Essa afirmação evidenciou a ilegitimidade subjacente à criação de “Israel”, uma vez que o processo de sua formação foi orquestrado pelos Estados Unidos. Rui enfatizou a necessidade de compreender claramente o papel da ONU nesse processo.
Posteriormente, ele abordou em específico o Plano de Partilha, que resultou na decisão de dividir a Palestina em dois países: um para os judeus e outro para os palestinos. Apesar da maioria populacional palestina, a maior parte do território foi atribuída aos sionistas, que representavam menos de um terço da população total naquela época.
Rui ressaltou a incongruência do mapa resultante do Plano de Partilha da ONU. Enquanto o normal seria uma divisão equitativa, o território árabe ficou dividido, enquanto o dos israelenses foi estabelecido de maneira contínua. Isso indicava que o Plano de Partição já servia aos objetivos gerais dos sionistas, que visavam tomar controle de toda a Palestina, algo que, dada a demografia favorável aos palestinos, só poderia ser alcançado por meio da limpeza étnica, ou seja, a expulsão dos palestinos.
A acidentada luta pela libertação do povo palestino continuou com as guerras entre os países árabes e “Israel”, iniciadas já em 1948, entre o enclave imperialista e a Liga dos Estados Árabes, organização formada para a luta árabe contra o Império Otomano que, na ocasião, voltava-se contra os planos do imperialismo para o Oriente Médio. Outras guerras se sucederiam, o que seria decisivo para a desmoralização dos governos árabes e o abandono do povo palestino à própria sorte. Por outro lado, é justamente a Questão Palestina e seus reflexos no Líbano que dá origem à primeira força a conseguir impor uma derrota militar a “Israel”: trata-se do Hesbolá.
O surgimento do partido nacionalista é uma consequência da presença de palestinos ligados à OLP no sul do Líbano e a invasão de “Israel” ao país, ocorrida em 1982. A importância desse conflito será discutida nesta terça-feira.
Outro aspecto da Questão Palestina mais contemporâneo são as Intifadas, palavra que em português significa “insurreição”. Ocorridas no interior da Palestina, as intifadas foram duas, em 1987 e 2000, sendo caracterizadas como grandes mobilizações revolucionárias palestinas. Ambas são fundamentais para a compreensão da atual correlação de forças da Palestina, com a primeira ocorrendo no ano de fundação do partido Movimento Resistência Islâmica (Hamas, na sigla árabe).
Atualmente o principal partido político do povo palestino, o Hamas surge em uma conjuntura revolucionária e cresce em outra, ocupando o espaço deixado pelas capitulações do Fatah, outrora um partido revolucionário, mas que resolveu trair a Palestina, aceitando converter-se em uma organização de apoio ao sionismo entre os palestinos. Outras organizações menores se destacam no processo de radicalização da luta pela libertação do país árabe, mas o Hamas se consolida como principal partido da luta palestina nas eleições parlamentares de 2006, quando o partido conquista 74 das 132 cadeiras do parlamento palestino.
Tudo isso e muito mais será debatido hoje, ao meio-dia, perto da estação Saúde do Metrô. Se você já se inscreveu, venha participar dessa rica experiência e estude a história do principal foco de crise do imperialismo da atualidade em companhia dos militantes, e simpatizantes do PCO. Caso não seja possível participar presencialmente, é possível conhecer a verdadeira história da manutenção da ditadura sionista sobre a Palestina pelo portal Universidade Marxista. Torne-se você também um agente da luta contra as mentiras difundidas pela máquina de propaganda imperialista.
O Hasbará, programa governamental dedicado a espalhar mentiras sobre o sionismo, deve ser combatido com a verdade e conhecer a fundo o que foi a invasão sionista, e também como ela se mantém, é fundamental estudar. Por isso venha e participe desse importante programa de formação política.