Censura na internet

Regulamentar as redes sociais é ditadura contra os usuários

Florestan Fernandes Jr. defende que regulamentação seria democrática e atingiria as empresas imperialistas

Censura

Na última quinta-feira (21), diante da invasão hacker à conta oficial de Janja Lula da Silva no X (antigo Twitter), o portal Brasil 247 publicou um artigo do sociólogo Florestan Fernandes Jr. intitulado O que está por trás das plataformas que deixaram Lula puto, na qual o autor defende urgência na regulamentação sobre os conteúdos divulgados nos novos meios de comunicação de massas como Facebook, Instagram, YouTube, entre outras redes sociais na internet. 

Segundo Fernandes Jr., não seria necessário “ser um grande observador para perceber que a realidade tem cada dia se parecido com as distopias literárias”. Para justificar sua analogia, Florestan alega que as plataformas digitais estrangeiras operam em território nacional “sem nenhuma restrição legal”, controlando e tendo acesso a vida de cada cidadão do país. Dessa forma, os donos das redes sociais poderiam utilizar as informações das pessoas de acordo com seus interesses políticos. Assim, tais argumentos justificariam o combate às fake news. 

Não há como negar que a realidade avança no sentido de uma “distopia”, termo constantemente usado para classificar obras literárias como 1984, do britânico George Orwell. No livro, é estabelecida uma ditadura absoluta sobre os indivíduos, a tal ponto que existe um Ministério da Verdade, responsável por determinar aquilo que pode ou não ser dito – em última instância, que pode ou não ser pensado. Atitudes como a do ministro da Justiça, Flávio Dino, que recentemente pediu que um apresentador do podcast, Bruno Aiub “Monark”, fosse proibido de tecer comentários a seu respeito, indicam essa tendência autoritária.

Mas não é disso que Fernandes Jr. trata. Para ele, a “distopia” seria o que as redes sociais estariam fazendo ao permitir que se propaguem “fake news” e “discurso de ódio”. Trata-se de um grande exagero, de pura histeria, que serve apenas à defesa de medidas autoritárias contra as redes sociais.

Para Fernandes Jr., os meios de comunicação de massas como rádio e televisão já teriam sido superados pelas novas tecnologias de comunicação, uma alegação que não se sustenta tendo em vista que a população de um país como o Brasil sequer tem pleno acesso aos meios digitais. Por outro lado, tem-se exemplos práticos do julgamento do “mensalão” e da Operação Lava Jato, farsas jurídicas com objetivos políticos em que a imprensa tradicional cumpriu um papel fundamental. Curiosamente, para esses meios de comunicação, que efetivamente participaram de um golpe de Estado, não há qualquer tipo de regulamentação. 

Ainda que as plataformas digitais sejam poderosas máquinas cujos donos são indivíduos completamente subordinados ao imperialismo, elas são muito mais democráticas que a televisão e o rádio, pois, apesar de todas as restrições, permitem que absolutamente qualquer pessoa possa se expressar. Evidentemente que não se tem controle sobre os algoritmos das redes sociais, mas tais plataformas ao menos permitem a existência de perfis e canais além daqueles dos capitalistas. Já nos meios tradicionais, os impedimentos são praticamente intransponíveis.

A proibição de conteúdos não é um problema para as empresas imperialistas da comunicação, basta ver que as contas de Donald Trump foram suspensas e até banidas em diversas redes sociais. Basta ver a censura empregada contra conteúdos que vão contra os interesses do imperialismo, como é o caso das denúncias contra o regime criminoso de ‘Israel’. Fernandes Jr. está defendendo ainda mais poder aos maiores inimigos dos oprimidos de todo o mundo. 

É importante destacar que estas empresas já operam independentemente das leis do País. Diversos conteúdos são censurados com base no politicamente correto ou “discurso do ódio”.

É preciso defender a plena liberdade de expressão e ser contra qualquer restrição direta da burguesia ou do Estado controlado por ela.

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