Na última semana, o ex-presidente norte-americano Donald Trump, do Partido Republicano, anunciou que seria preso na terça-feira, 21 de março. Embora nenhuma autoridade confirmasse que Trump seria preso, o ex-presidente de fato pode receber até 33 anos de prisão caso condenado por violar três leis federais após a busca do FBI em sua residência em Mar-a-Lago. O caso mais famoso dos casos que podem incriminar Trump é o suposto pagamento de US$ 130.000 em dinheiro pago à estrela pornô Stormy Daniels durante a campanha presidencial de 2016 em troca de seu silêncio.
Esse movimento ocorre faltando um ano e meio para as eleições Americanas de 2024 e diante das intensas discussões das prévias dos partidos. A possível prisão de Trump é sem dúvida um movimento de um setor da burguesia para tentar arranhar sua imagem. Joe Biden, do Partido Democrata, está se deteriorando politicamente, devido ao seu financiamento e participação na Guerra da Ucrânia, juntamente com uma política de altos juros, inflação e quebradeira bancária. A população norte-americana vive uma das suas maiores crises desde a segunda guerra mundial e enfrenta situações de extrema pobreza, como o alto índice de moradores de ruas nas grandes capitais.
A soma destes fatores, impulsiona a volta de Donald Trump a Casa Branca, visto que suas posições anti-guerra e supostamente nacionalistas, de um impulsionamento da indústria americana, fazem deste setor mais popular que Biden, colocando Trump na dianteira da disputa do ano que vem. O ex-presidente também não se intimida em relação às declarações e colocou na rede social – Truth Social – que seu indiciamento só poderia ser iniciativa de “um degenerado psicopata que realmente odeia os EUA”, em direta ataque ao procurador Alvin Bragg, que foi quem iniciou o caso e pediu ao grande júri para analisar se deve seguir adiante com a investigação, algo que não será decidido até pelo menos a próxima semana.
É neste cenário político que emergem todas as acusações contra Trump em uma típica campanha do setor majoritário da burguesia americana contra seu principal oponente. Contudo, cabe-se colocar também, que muitos dos analistas, já falam que uma prisão levaria ele a uma vitória ainda com mais facilidade, pois, poderia ser visto como mártir, caso soubesse usar o caso a seu favor. Outro ponto é que a legislação americana permite que um candidato concorra e caso eleito governe preso. Uma medida democrática que atrapalha ainda mais o esquema.
A situação política americana é crítica em todos os sentidos. A economia desaba, o que leva a uma maior tensão interna. A crise entre os países do bloco BRICS e ocidente aumenta e a guerra da Ucrânia mostrou que há um esgotamento dos países imperialistas. É um momento de inflexão política internacional que também proporcionará um agrupamento dos trabalhadores em torno de temas críticos sociais. Em pouco tempo poderemos ter eclosões sociais nos principais países imperialistas, como estamos vendo, com a disputa no principal país da dominação mundial.